Campanha Salarial entrará em semana decisiva
Patrões apresentaram 0% de aumento real e até índices menores que a inflação. Assembleias continuam até propostas melhorarem
Mobilizações na SMS (alto, à esquerda), Patrizzi (alto, à direita), ZF Sachs (baixo à esquerda) e Weg (baixo, à direita). Fotos: Paulo de Souza (SMS/Patrizzi/Weg) e Divulgação (ZF)
Na próxima semana, a Campanha Salarial de 2012 entrará em setembro, o mês da data-base, ainda sem qualquer definição. “Os próximos dias serão decisivos para a Campanha Salarial”, afirmou o secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.
Para ele, nada justifica a atitude dos grupos patronais, que participaram das rodadas de negociações com a Federação dos Metalúrgicos de São Paulo (FEM-CUT) e até agora não apresentaram nenhuma proposta.
“Nem a conjuntura econômica, nem a capacidade das empresas, justificam essa enrolação”, disse o dirigente. “Inclusive porque a economia está em recuperação”, prosseguiu.
Os empresários estão simplesmente sentados em cima da pauta há exatos dois meses, desde que receberam as reivindicações da categoria na Fiesp, em 29 de junho.
Segundo Wagnão, alguns grupos patronais tiveram a coragem de apresentar 0% de aumento real. Outros foram ainda mais cara-de-pau de oferecer uma proposta menor que a inflação, o que não dá para aceitar.
“A simples reposição de inflação não pode sequer ser considerada proposta”, criticou Wagnão. “A recuperação das perdas salariais é um direito sagrado do trabalhador e não está em discussão”, destacou o secretário-geral do Sindicato.
Para acabar com a moleza dos patrões, o dirigente convocou a categoria a prosseguir mobilizada, realizando assembleias nas portas de fábricas e debatendo a situação com os companheiros, enquanto os dirigentes pressionam as bancadas patronais nas mesas de negociação.
Confira as reivindicações dos metalúrgicos
A pauta da Campanha Salarial deste ano tem destaque para as cláusulas econômicas, como reposição integral da inflação, aumento real no salário, valorização dos pisos salariais, jornada de 40 horas semanais, além da licença maternidade de 180 dias para G8, G10 e Estamparia (os trabalhadores nos demais grupos já conquistaram) e seguro de vida.
Da Redação