Campanha Salarial injeta meio bilhão na economia
A Campanha Salarial deste ano dos metalúrgicos do ABC, que conquistou 8% de reajuste, vai colocar no bolso do trabalhador mais de R$ 462 milhões distribuídos até a próxima data-base.
Trabalhadores em assembleia na Sede do Sindicato
Neste montante estão incluídos, além dos 67 mil trabalhadores da base no G2, G3, G8, G10, Estamparia e Fundição, os reajustes dos mais de 30 mil companheiros nas montadoras, que tiveram negociações por empresa, já que debateram também projetos de expansão e novos produtos.
O cálculo, elaborado pela Subseção do Dieese no Sindicato, ainda aponta a entrada de cerca de R$ 35 milhões a mais na economia já para este mês.
Valor do trabalho
“Temos a responsabilidade de fechar bons acordos, pois sabemos que a conquista da categoria se torna referencial para todo o Brasil”, comentou o presidente do Sindicato, Rafael Marques (foto).
“Existe também o ganho coletivo”, destacou o dirigente. “O IPEA divulgou na última terça que a recomposição da massa salarial do trabalhador tem sido o principal responsável pela diminuição das desigualdades sociais no País”, afirmou.
“O IPEA também apontou que o trabalho ultrapassou o Bolsa Família como indicador de diminuição da pobreza”, prosseguiu Rafael.
“Assim, com nossa luta, promovemos também uma melhor distribuição de renda no País”, concluiu.
Campanha Salarial 2013 dura 117 dias
Desde a aprovação da pauta da Campanha Salarial, em 7 de junho, a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FEM-CUT, começou negociar com as bancadas patronais.
Mas nada se conquista sem luta. Durante assembleia na Regional Diadema em setembro, a companheirada decidiu intensificar as mobilizações e começou a atrasar as entradas dos turnos em empresas da cidade e também em São Bernardo, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
Em apenas uma semana, cerca de 17 mil trabalhadores já haviam participado destas mobilizações.
Greve!
A batata já estava bem assada e os trabalhadores aproveitaram para aprovar o estado de alerta, com o compromisso de parar as máquinas assim que fosse necessário pressionar os patrões.
Isso aconteceu em 18 de setembro, quando mais de 8 mil metalúrgicos em 21 empresas da base, voltaram para a casa, por conta da greve de advertência de 24 horas.
Os patrões entenderam o recado e começaram a sinalizar para a apresentação de propostas mais decentes.
Cinco dias depois, os metalúrgicos do ABC lotaram a rua lateral do Sindicato e aprovaram a proposta de 8% de reajuste para o G3 e a Fundição, além de colocar o índice como meta para os demais grupos.
A partir daí os acordos começaram a ser fechados em todos os grupos.
Da Redação