Campanha Salarial: Luta começa com economia em alta
A boa fase da economia deve incentivar a mobilização da categoria e permitir uma campanha salarial vitoriosa. Esta foi a conclusão de plenária da FEM-CUT realizada sábado no Sindicato, que fechou a pauta de reivindicações dos metalúrgicos cutistas em São Paulo.
Cenário permite avanços
Análise feita por técnicos
do Dieese durante plenária da
Federação Estadual dos Metalúrgicos
da CUT (FEMCUT)
mostrou que a categoria
encontrará boas condições
econômicas para fazer a campanha
salarial deste ano. A plenária
foi sábado com os sindicatos
da FEM-CUT para fechar
a pauta da campanha.
Oswaldo Cavignato, da
Subseção Dieese do Sindicato,
e José Silvestre Prado, do
Dieese Nacional, acreditam
que este ambiente favorável
vai influenciar positivamente
o ânimo dos trabalhadores e
incentivar a luta.
Motivos – Os economistas destacaram
que a campanha vai acontecer
num momento em que a
inflação está caindo, a indústria
apresenta crescimento, os juros
estão em queda, o emprego permanece
estável, há facilidade de
crédito aos consumidores e a
inadimplência (calote) tem diminuído,
entre uma série de
outros indicadores positivos.
Eles lembraram ainda
que, em 2006, quando as
condições não estavam tão favoráveis,
os trabalhadores
brasileiros conseguiram os
melhores acordos salariais
desde que o Dieese começou
acompanhar as negociações.
Do total, 86% conquistaram
aumento real, além da recuperação
de perdas. “Como as
condições atuais estão ainda
melhores que as do ano passado,
não tenho dúvida que
os metalúrgicos vão avançar
ainda mais neste ano”, afirmou
Prado.
Mesmo com esse cenário,
o presidente da FEMCUT,
Valmir Marques, o Biro-Biro, alertou que é importante
mobilizar a categoria
para pressionar os patrões a
avançar nas conquistas .
“Sem luta não há conquista”,
enfatizou.
Triste lembrança – Cavignato e Prado alertaram,
contudo, para o que
chamaram de memória inflacionária
ainda existente em
boa parte dos companheiros.
Esse comportamento seria reflexo
da hiperinflação que
afetou o País nas décadas passadas.
Hoje, com inflação de
0,73% como a registrada no
mês passado, os índices para recompor
o poder de compra são
muito menores. Estes números
pequenos, entretanto, dariam
aos trabalhadores a falsa impressão
de que o poder de
compra não foi recuperado.
O exemplo é simples.
Diante de uma inflação de
4%, um reajuste de 5% significa
um aumento real (1%)
que é equivalente a 25% da
inflação. Para uma inflação
de 90% um reajuste igual ao
exemplo anterior deveria ser
de 122%!
Eixos da Campanha Salarial
1) Redução de jornada sem redução de salário.
2) Reajuste salarial formado por reposição da
inflação mais aumento real.
3) Unificação dos pisos salariais entre todos os
grupos.
4) Unificação das datas-base de todos os grupos.
5) Manutenção das atuais cláusulas sociais e
ampliação dos direitos já conquistados.