Campanha Salarial: Mulheres querem auxílio creche maior e melhor
Auxílio de creche de maior valor e pago às mães com crianças até seis anos são duas das principais reivindicações sociais em todos os grupos. Esse debate foi destaque na última negociação com as montadoras.
Negociação com montadoras: FEM-CUT cobra mais direitos a metalúrgicas
Os direitos das trabalhadoras
metalúrgicas foram o
destaque da última rodada de
negociação da Federação
Estadual dos Metalúrgicos
da CUT (FEM-CUT) com a
Anfavea (sindicato das montadoras),
na sexta-feira passada.
O aumento do auxílio
creche e da idade para atendimento
da criança até seis
anos são duas das principais
reivindicações.
“Alertamos as montadoras
que as metalúrgicas têm
dificuldade para pagar uma
creche ao seu filho, que custa
em torno de R$ 450,00 no
ABC”, explica Michelle
Vieira, diretora do nosso
Sindicato e da Comissão de
Mulheres Metalúrgicas do
ABC.
Diferenças – Ela comentou que as
empresas pagam de auxílio
creche de 10% a 20% sobre
o piso do setor (hoje R$
1.030,00), valores insuficientes.
A reivindicação é subsídio
de 30% para quem apresentar comprovante de que o
filho está na creche e de 20%
para quem não tem.
“Na Scania o auxílio é
pago até aos cinco anos de
idade, na GM até quatro anos
e na Volks dois. A Mercedes
Benz e a Ford pagam até aos
12 meses. As metalúrgicas,
especialmente seus filhos, precisam
e merecem este direito.
Esta é uma forma inteligente
das montadoras estimularem
a entrada das trabalhadoras
neste mercado”,
conta Michele.
Calendário de negociação no grupo 3
Também começaram
na última sexta-feira
as negociações com o
Grupo 3 (autopeças, parafusos
e forjaria). A Federação
representa 115
mil metalúrgicos neste
segmento. De concreto,
neste primeiro encontro,
foi fixado um calendário
de negociação. As novas
rodadas serão dias 20, 23
e 28 deste mês.
Fábricas não querem proibir PJs
As montadoras querem
liberdade para a contratação
de trabalhadores pessoa jurídica,
a PJ. A FEM-CUT
exigiu que fosse incluída cláusula
de proibição da contratação
de PJs nas fábricas
e elas não concordaram.
Esse tipo de contratação está previsto na Emenda
3, rejeitada pela CUT e vetada
pelo presidente Lula, mas
corre o risco de ser derrubado
no Congresso Nacional.
O presidente do Sindicato,
José Lopez Feijóo, fez
um alerta: “Deixamos claro
que somos contrários à Emenda
3 porque precariza
a relação de trabalho. Se
soubermos que as montadoras
estão contratando
este tipo de mão-de-obra,
organizaremos novos protestos
nas fábricas” finalizou.
As próxima rodadas
serão dias 22 e 24.