Campanha Salarial: Negociação começa com G-9. Montadoras batem novo recorde.
Mas, diferenças salariais entre metalúrgicos aumentam lucros das fábricas.
Produção recorde com preço nacional. Salário também deve ser igual no País
A explosão das vendas
no mercado interno e a alta
nas exportações fizeram que
os fabricantes de veículos
batessem novo recorde de
produção no primeiro semestre
deste ano no Brasil,
segundo a Anfavea, o sindicato
das montadoras.
Só que as diferenças salariais
dos metalúrgicos no
País deixa todo o lucro nas
mãos das empresas. Para acabar
com isto, a Confederação
Nacional dos Metalúrgicos
da CUT (CNM-CUT) luta
em conjunto com as federações
e sindicatos pelo Contrato
Coletivo Nacional de
Trabalho.
Apenas com salários
iguais para os metalúrgicos
em todo o território nacional,
redução da jornada de
trabalho para 40h semanais
sem redução de salários e
unificação da data-base da
categoria para o mês de setembro
os trabalhadores terão
sua parte no lucro das
montadoras.
O momento para esta
conquista é agora, em que no
semestre as vendas internas
de veículos somaram um milhão
de unidades, contra 861
mil nos primeiros seis meses
do ano passado. Só no mês
passado foram comercializadas
199 mil unidades, contra
148 mil em junho de 2006.
Enquanto isso ocorre,
permanecem as absurdas diferenças
salariais entre as diversas
regiões brasileiras.
Um metalúrgico de Sete Lagoas,
em Minas, por exemplo,
recebe cinco vezes menos do
que um metalúrgico do ABC,
apesar do custo de vida ser
semelhante em todo o País,
como provou a pesquisa Do
salário às compras, feita pelo
Dieese.
A CNM-CUT lembra
que a existência dessa mãode-
obra mais barata para a
mesma função é o principal
motivo para as empresas
automotivas mudarem de uma região onde os trabalhadores
estão mais organizados
para outras onde sequer
existe sindicato. A igualdade
salarial acabaria com esse
problema.
De acordo com a Confederação,
essa facilidade na
mudança de fábricas permite
aos patrões pressionar os
companheiros com tradição
de luta nas campanhas, pois
as empresas sempre ameaçam
mudar da cidade onde
estão para outra onde os salários
são mais baixos. Essa
moleza também terminaria
para os empresários com o
Contrato Coletivo Nacional
de Trabalho.
Negociações começam amanhã
As primeiras negociações
da campanha salarial
deste ano começam amanhã,
na reunião entre a Federação
Estadual dos Metalúrgicos
da CUT (FEM-CUT) e os patrões do grupo 9. Ele é
formado por fábricas de componentes
elétricos e eletrônicos,
máquinas, condutores elétricos,
refrigeração, aquecimento
e tratamento de ar,
equipamentos ferroviários e
rodoviários, aparelhos elétricos
e eletrônicos, metais não
ferrosos, esquadrias metálicas,
balanças e artefatos de
ferro, metais e ferramentas.