Campanha Salarial: Propostas estão longe e luta está perto

Proposta de aumento real das montadoras e G3 é 0% - Domingo tomamos nosso rumo! Assembléia na Sede do Sindicato, às 10h.

Regrediram as negociações
com as montadoras e
com o grupo 3 (autopeças,
parafusos e forjarias).

Os dois setores disseram
não a qualquer índice
de aumento real, negaram
a implantação do programa
de formação cidadã e a valorização
dos pisos, principais
reivindicações da campanha
salarial.

A intransigência das
montadoras foi além: querem
a redução dos pisos
salariais. “Sexta feira temos
mais uma rodada de negociação
com as montadoras
e esperamos discutir uma
proposta. Sem isso, vamos
para a preparação da luta”,
defendeu Sérgio Nobre,
presidente do Sindicato, logo
após a rodada de negociação,
realizada ontem.

Com o grupo 3 a situação
está mais complicada.
Os patrões cancelaram o
encontro agendado para
sexta-feira com a Federação
Estadual dos Metalúrgicos
da CUT (FEM-CUT).

Ao invés disto, farão
uma assembléia patronal para
só depois voltar a conversar
com os trabalhadores.

Categoria dá o recado

As assembléias de mobilização
seguem pipocando
nas fábricas. Ontem, elas
aconteceram na IGP, em
Diadema, e na Asbrasil, de
São Bernardo, as duas de
autopeças.

“O clima de indignação
pela falta de avanço nas negociações
cresce na base”,
disse Moisés Selerges, coordenador
de base de São Bernardo.

“Os patrões estão
criando uma situação que
deixa os metalúrgicos incomodados.
Temos tudo para
fazer uma grande assembléia
domingo”, ressaltou David
Carvalho, coordenador de
base em São Bernardo.

Para os dirigentes, o
que mais incomoda é a enrolação
dos patrões diante
dos expressivos resultados
de produção e de vendas
que os setores alcançam nos
últimos meses.

Ontem, metalúrgicos
de todo o País promoveram
protesto na Iveco, em
Minas Gerais. A montadora
paga o menor piso salarial e
a jornada é de 44 horas.

Preparar a luta –
Amanhã, tem reunião
de mobilização na Sede do
Sindicato, às 18h, para uma
balanço das negociações e
a preparação da assembléia
de domingo. Hoje, a assembléia
acontece na Karmann
Ghia, às 14h.

Faturamento de autopeças cresce 13%

As fábricas de autopeças
faturaram 13% a mais
no primeiro semestre do
ano na comparação com os
seis primeiros meses do ano
passado, de acordo com o
Sindipeças.

O levantamento foi feito
com 95 empresas que representam
41% das vendas do
setor. O principal segmento
de mercado continua sendo
as montadoras, com participação
de 69% no faturamento,
seguido por exportação,
14%; reposição, 12%; e um
fabricante de autopeças vendendo
para outro, 5%.

Montadoras dobrarão produção de caminhões

O Brasil poderá se
tornar o terceiro maior
fabricante mundial de
caminhões e ônibus nos
próximos anos. As montadoras
prevêem chegar a
números em torno de 340
mil veículos fabricados
por ano.

Este ano, até julho,
foram licenciados 69,3 mil
caminhões, um aumento
de 30,5% em comparação a
igual período de 2007.

No ano passado, os
oito fabricantes de veículos
pesados, incluindo Agrale e
International, produziram
137 mil caminhões e 39
mil ônibus.

Para chegar à marca,
a indústria tem R$ 4,4
bilhões previstos para
novos investimentos em
aumento e modernização
da capacidade produtiva e
novos produtos.