Campanha Salarial será marcada pela resistência em defesa dos direitos
Foto: Adonis Guerra
Em reunião na Sede ontem, a Diretoria Plena do Sindicato discutiu os pontos da Campanha Salarial da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FEM-CUT, e as próximas datas do calendário. A atividade também integrou a mobilização para a Greve Geral do dia 30 contra as reformas Trabalhista e da Previdência.
O presidente da FEM-CUT, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, alertou que os trabalhadores correm riscos neste momento de ataques.
“Além de garantir reposição da inflação e aumento real, as convenções coletivas podem impedir o mal maior que são a reforma Trabalhista e a terceirização ao estabelecer barreiras sobre os seus efeitos devastadores”, explicou.
Luizão ressaltou que as medidas permitem o fim das categorias no País com a terceirização indiscriminada, contratos de trabalho precarizados e o enfraquecimento da organização dos trabalhadores.
“Temos o papel de alertar os metalúrgicos do ABC para preservar a categoria e os direitos. Se não nos atentarmos, podemos até fazer uma Campanha Salarial com aumento real, mas sequer teremos campanha no ano que vem”, afirmou.
“A reforma expõe o trabalhador ao negociar direto com a empresa sem a participação dos sindicatos e sabemos o que isso representa. Um companheiro sozinho dificilmente vai questionar retrocessos sem ser punido ou demitido pelo patrão”, disse.
O presidente explicou que a terceirização permite que o trabalhador se torne pessoa jurídica, os ‘PJs’ e prestadores de serviços em toda a fábrica, que não serão mais da categoria metalúrgica. “A nossa missão é impedir os ataques e esta Campanha Salarial será marcada pela nossa resistência. Os nossos direitos são a principal bandeira”, defendeu.
Outro item da reforma Trabalhista é permitir grávidas e lactantes em locais de trabalho insalubres. “É um retrocesso ao início do século passado ter mulheres em condições degradantes. Com que cara vamos olhar para as nossas companheiras se aceitarmos que sejam destratadas?”, questionou.
“Só vamos sobreviver se chegarmos a acordos para todos e que não deixem ninguém desprotegido. Por isso, é tão importante que cada um converse com os companheiros para dizer que não é só a reposição da inflação que está em jogo, é o futuro da categoria”, explicou.
Entrega da Pauta
A entrega da pauta da FEM-CUT à bancada patronal está prevista para o dia 4 de julho. A Assembleia Geral de Campanha Salarial dos Metalúrgicos do ABC será no dia 11 de julho, às 18h.
A Campanha Salarial 2017 tem como tema “Resistência, Unidade e Luta”. Os cinco eixos prioritários são: 40 horas semanais; reposição da inflação e aumento real; não à perda de direitos, não à terceirização; não às reformas. Também apresenta diversas cláusulas sociais para garantir direitos.
“Se o governo e os patrões querem uma medida que gere empregos é a implantação da jornada de 40 horas semanais, que abre espaço para mais gente trabalhar”, concluiu Luizão.
A FEM-CUT representa cerca de 200 mil metalúrgicos no Estado de São Paulo.
Da Redação.