Campanha Salarial vai destacar questões econômicas
Reposição integral da inflação, aumento real do salário, valorização dos pisos salariais, jornada de 40 horas semanais, licença maternidade de 180 dias e seguro de vida compõem a pauta deste ano
Dirigentes aprovam a pauta de reivindicações. Foto: José Alfredo / FEM-CUT
Em plenária estatutária realizada nesta quarta-feira (13), representantes de todos os sindicatos filiados à Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM) da CUT aprovaram por unanimidade as propostas para a pauta da Campanha Salarial de 2012. O encontro aconteceu na sede da entidade, em São Bernardo.
Os temas centrais serão reposição integral da inflação, aumento real no salário, valorização dos pisos salariais, jornada de 40 horas semanais, licença maternidade de 180 dias e seguro de vida.
A Campanha desse ano terá duas características. Destaque para a luta por questões econômicas, pois as cláusulas sociais foram negociadas por dois anos (2011/2012), e ausência das montadoras, que já assinaram acordos econômicos, também por dois anos ou mais (caso da Volks).
A luta pela conquista de acordos como os fechados com as automotivas, com prazos e reajustes por períodos maiores que um ano, foi defendido durante a plenária por Teonílio Monteiro da Costa, o Barba, diretor de Administração do Sindicato.
“Com acordos fechados por dois anos ou mais poderemos aprofundar o debate sobre questões de fundo, como a política industrial no Brasil, e enriquecermos nossos conhecimentos sobre o setor”, disse Barba.
A plenária estatutária também aprovou o calendário da Campanha. A pauta agora seguirá para aprovação dos trabalhadores em assembleias nos sindicatos que acontecerão até o dia 24 desse mês.
Garantir licença maternidade e o seguro de vida
Apesar da prioridade às cláusulas econômicas, a Campanha Salarial de 2012 terá como prioridade dois itens sociais que retornaram a pauta: licença maternidade de 180 dias e seguro de vida.
A licença volta ao debate porque três grupos – G8, G10 e Estamparia – ainda não acompanharam os demais na liberação das trabalhadoras por seis meses.
“Queremos o direito das trabalhadoras garantido na convenção”, explicou Andréa Ferreira de Souza, a Nega, diretora da FEM-CUT, durante a plenária. O presidente da Federação, Valmir Marques, o Biro-Biro, explicou que a inclusão do seguro de vida na pauta acontece porque 40% dos trabalhadores no Estado de São Paulo estão sem proteção.
Rafael Marques fala durante a plenária. Foto: Raquel Camargo / SMABC
País está mais forte para enfrentar crise financeira
“O Brasil está cada vez mais forte para enfrentar a crise que atinge a Europa”. Esta foi a avaliação que o vice-presidente do Sindicato, Rafael Marques, manifestou durante a plenária estatutária da FEM-CUT.
Segundo ele, o País passou por períodos de recessão profunda, mas viu esta trajetória mudar após a eleição do presidente Lula, em 2002. “Não estamos mais no banco de reservas. Agora jogamos no primeiro time”, disse.
Rafael destacou também as medidas adotadas pela presidenta Dilma para incentivar a indústria e a produção nacional, como o aumento do índice de conteúdo local na fabricação de veículos, presente no Plano Brasil Maior.
“Essa medida é inédita no mundo. Ela vai incentivar as montadoras a investir para poderem desfrutar desses incentivos. Esse é o novo ciclo do Brasil”, concluiu.
Da Redação