Campanhas salariais têm o melhor resultado em 10 anos

Estudo do Dieese mostra que 72% das categorias tiveram reajuste maior que a inflação em suas campanhas salariais no ano passado.

72% tiveram reajuste maior que a inflação

Inflação baixa e crescimento econômico foram os principais fatores que contribuíram para que os acordos salariais do ano passado tivessem o melhor desempenho dos últimos dez anos.

Em percentuais, significa que 72% das negociações salariais tiveram reajuste salarial acima da inflação medida pelo INPC.

Esse mesmo levantamento mostra que 88% das campanhas tiveram, no mínimo, recomposição da inflação.

Enquanto 35% dos acordos obtiveram ganho real de 1%, outros 37% conseguiram mais que 1%. Nesse caso estão os metalúrgicos da CUT. Somente 12% dos acordos resultaram em correção salarial inferior ao INPC.

Esses dados foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudo Sócio-econômico (Dieese), que pesquisou 640 acordos.

“Tivemos um período de nove trimestres consecutivos de crescimento, o mais longo em décadas, e os sindicatos souberam aproveitar essa condição para fortalecer as negociações”, comentou Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese.

Ele disse que outros fatores também colaboraram para o bom resultado das negociações, como o aumento real do salário mínimo e o crescimento da contratação de mão-de-obra formal.

A pesquisa mostrou também que diminuíram os acordos com abono, parcelamento do reajuste e aplicação de percentuais diferenciados por faixas salariais.