Canaviais lideram exploração do trabalho escravo

Mais da metade dos trabalhadores libertados pelo Grupo Móvel do Ministério do Trabalho foram encontrados nas plantações de cana.

Cerca de 200 pessoas
que trabalhavam em condição
degradante foram encontradas
na semana passada
em duas usinas de cana em
Alagoas. Com esse resgate,
já são mais de 650 trabalhadores
flagrados em situação
semelhante na operação de
fiscalização realizada pelo
grupo móvel do Ministério
do Trabalho em Alagoas.

Os resgates ocorreram
na Usina Capricho, em Cajueiro,
e na Usina Sumaúma,
em Marechal Deodoro,
ambas do Grupo Toledo,
pertencente a uma família
centenária do Estado. Segundo
definição do próprio
site do grupo, “A Família Toledo
cultiva cana-de-açúcar
desde tempos brasileiros
imemoriais”.

De acordo com o procurador
do Ministério Público
do Trabalho Rodrigo
Carelli, que participou das
fiscalizações, a condição dos
alojamentos era precária e
faltavam equipamentos básicos
aos trabalhadores.

Canaviais no topo da lista suja

Mais da metade dos
resgatados de condições
semelhantes às de escravidão
em 2007 trabalhava
no cultivo de cana.

Foram 2.947 pessoas
retiradas dessa situação
em apenas quatro usinas.

As fiscalizações nessas
propriedades lideram
a lista das maiores libertações
do ano passado,
recordista em número de
libertações: 5.877 trabalhadores
em 197 fazendas.

A maior delas foi na
fazenda e usina Pagrisa, em
Ulianópolis (PA), que foi
flagrada submetendo 1.064
pessoas à escravidão.

O segundo maior resgate
ocorreu na fazenda Debrasa,
em Brasilândia (MS),
onde 1.011 indígenas estavam
alojados em condições
precárias.

Foi também no Mato
Grosso do Sul, no município
de Iguatemi, que se deu a
terceira maior libertação
do ano, na Destilaria Centro
Oeste Iguatemi, onde
498 pessoas foram resgatadas.
Um terço desse
grupo era de indígenas.

A quarta usina é a
Coruripe, que fica em
Iturama (MG). Ela tinha
peões terceirizados que
trabalhavam em condições
degradantes nas plantações
de cana.