Câncer de colo uterino
Semana passada falamos sobre o câncer de mama. Hoje será sobre câncer de colo uterino, o 4º mais comum no mundo e o 3º no Brasil.
Exclusivo do sexo feminino, é um câncer muito especial, pois se sabe a causa principal, o HPV (Human Papilomavirus, o papilomavírus, em português), com alterações celulares iniciais (displasia), a evolução do quadro e propagação até as metástases, o quadro mais grave. São mais de 100 tipos de vírus, 30 a 40% relacionados a doenças.
Claro que não é o único fator: imunossupressão, tabagismo, múltiplos parceiros, DSTs, entre outros, também são, embora menos importantes, para a consequente evolução do câncer. Todos os tipos, escamoso (75%) e adenocarcinoma (25%), estão associados a um ou outro HPV.
Como é transmitido? Relação sexual. E no homem? Nada. Não sente, não vê, não atrapalha. Aí complicou, sem falar que, na suspeita, o diagnóstico tem de ser feito por peniscopia: biópsia via uretral. Conhece algum homem que fez? Somente os casos mais graves, com verrugas, ficam aparentes (a popular crista de galo).
Como prevenir? Camisinhas masculina e feminina tem boa eficiência (não 100%), papanicolau periódico identifica as lesões iniciais e temos vacina! Desde 2007, só para os vírus principais, mas muito efetiva. O problema é que, no mote do negacionismo da extrema direita, há contrários a essa vacina. Nos vacinamos para não termos a doença, não para transar, o que, tenho certeza, não é ofensivo.
Em resumo, o câncer de colo uterino é extremamente comum e grave e é uma exceção, pois tem uma causa: um vírus. E contra este vírus temos vacina que, aplicada corretamente, contribui para a diminuição dos casos ao longo dos anos e melhoria da saúde de todos e, principalmente, da mulher.
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Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente