Capa : EUA censuram informações e calam oposição
Os Estados Unidos começaram a perder a Guerra do Vietnã, na década de 70, quando as TVs passaram a transmitir imagens de americanos mortos, feridos ou feito prisioneiros. Para evitar a repetição do fato, logo que imagens parecidas foram ao ar agora, durante o massacre no Iraque, o governo norte- americano “determinou” aos donos de televisões que não mostrassem tragédias com americanos.
Na imprensa dos EUA, só existem notícias favoráveis aos americanos. Um exemplo vergonhoso ocorreu ontem, com a informação de que, em uma batalha, teriam morrido 500 iraquianos e nenhum americano. A mentira correu o mundo. Outro caso foi a interrupção do avanço das tropas invasoras, que teria ocorrido por culpa de uma tempestade de areia. Em outra versão, elas pararam por causa da reação militar do Iraque.
Censura já no local – A imprensa americana está paralisada e domesticada. Mesmo nas frentes de batalha, sua cobertura é disciplinada pelos militares. Aqui chegam apenas relatos traduzidos ou filtrados.
A alternativa surgiu no mundo árabe com a Al Jazeera, canal do Qatar e em uma semana dobrou de 4 milhões para 8 milhões de assinantes na Europa por mostrar “o outro lado”. Domingo, por exemplo, mostrou imagens de americanos mortos e capturados em batalha. Antes, noticiara um confronto pesado perto da Jordânia. Os EUA afirmam que a guerra não chegou lá, como não teria chegado na Síria, onde um míssil destruiu um ônibus.
Mas a Al Jazeera pagou caro pela independência. Quatro jornalistas seus foram proibidos de trabalhar nos Estados Unidos. Seu site em inglês (english.aljazeera.net/), que acabou de estrear, saiu do ar por sabotagem eletrônica.