Capitalismo sem estado para os pobres. A grande tragédia neoliberal do nosso tempo

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Foto: Divulgação

A atual fase do capitalismo financeiro adquiri ares tenebrosos nos governos de extrema direita que têm levado a cabo, com uma fúria desmedida, a desmontagem das instituições de proteção social do estado moderno construído pela pressão de muitas gerações de trabalhadores e trabalhadoras.

Depois do vendaval bolsonarista em nosso país, o povo argentino sofre as consequências das medidas do presidente Javier Milei, um político ultraliberal de extrema direita, cujo mandato iniciado em 10 de dezembro de 2023 tem afetado de forma trágica a população do país vizinho.

A pobreza atingiu 52,9% da população em setembro de 2024, o maior índice desde 2003, totalizando quase 25 milhões de pessoas e jogou mais três milhões na pobreza extrema, totalizando 8,5 milhões de pessoas (18,1%). A pobreza entre os menores de 14 anos chegou a 7,3 milhões (66% do total).  Os dados sobre como a fome penetrou na sociedade argentina são chocantes: três entre dez crianças passam fome. Cerca de 4,5 milhões de adultos comem menos durante o dia para que suas crianças possam se alimentar.

O empobrecimento da classe trabalhadora argentina foi causado principalmente pelo corte de gastos, que afetou o crescimento econômico com retração do PIB projetada em 3,5%. Como sempre acontece, os investidores e o mercado financeiro fazendo coro com o Banco Mundial e o FMI (Fundo Monetário Internacional), estão exaltando de forma entusiasmada a política “corajosa” de ajuste fiscal e déficit zero do governo Milei, por meio de cortes de gastos, pouco se importando com a explosão da pobreza que está roubando o futuro de milhões de trabalhadores argentinos. Muitos dos que estão na penúria hoje votaram em Milei acreditando que ele seria o representante do antissistema que traria prosperidade para toda a sociedade. Que sirva de alerta para nós nas eleições presidenciais de 2026.

Departamento de Formação