Capoeira é patrimônio brasileiro

Expressão brasileira surgida
nas comunidades negras
há mais de um século, a capoeira
surgiu como forma de
protesto às injustiças sociais.
É uma arte que se confunde
com esporte ou dança, mas
que já foi considerada luta.

Agora, ela foi foi reconhecida
como patrimônio
da cultura brasileira
conforme decidiu, nesta
semana, o Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico
Nacional (Iphan).
Para o ministro da Cultura,
Gilberto Gil, a capoeira no
Brasil “pode ser vista como
instrumento da construção
da paz mundial”.

Desde então, as ações
do ministério voltadas à
valorização da capoeira, como
a criação do programa
Capoeira Viva, começaram
a se voltar para o reconhecimento
da expressão como patrimônio, segundo a
diretora de Patrimônio do
Iphan, Márcia Sant’anna.

Ela acrescenta que o reconhecimento
tem significado
simbólico. “Embora a capoeira
esteja disseminada em
todo o mundo, alguns mestres
da tradição oral nunca tiveram
nenhum programa de valorização
do seu saber”, aponta.

Defesa – Capoeira, em tupi-guarani,
significa mato ralo.
Eram nos locais de pouca
vegetação que os negros
escravizados se reuniam às
escondidas e, com o ritmo
e os movimentos de suas
danças africanas, criaram
um tipo de luta.

O berimbau foi desenvolvido
como uma espécie
de sinalizador sonoro para
denunciar a chegada dos
senhores do mato, que eram
os caçadores de escravos.

Até 1930, a prática da
capoeira ficou proibida no
Brasil, pois era vista como
violenta e subversiva. A
polícia recebia orientações
para prender os capoeiristas.
Nesse ano, um importante
capoeirista brasileiro,
mestre Bimba, apresentou a
luta para o então presidente
Getúlio Vargas. O presidente
gostou tanto da arte que
a transformou em esporte
nacional brasileiro.