Carro a hidrogênio: você ainda vai ter um na sua garagem
O H2 é o elemento mais abundante do universo. E é possível extrai-lo até do etanol, grande vantagem para o nosso mercado
O hidrogênio ficou tristemente famoso no século passado, pois foi utilizado nos dirigíveis (Zeppelin) para transporte de carga e passageiros até que um deles se incendiou (o Hindenburg, nos EUA, em 1937) matando 35 pessoas. Mas ele continua sendo cada vez mais cotado para se tornar o combustível ideal para o futuro com “carbono zero”. Ele não contém carbono, mas sua produção pode emiti-lo. Por isso, o hidrogênio é classificado em três categorias, exatamente em função do método de sua obtenção na natureza.
O hidrogênio pode ser utilizado nos motores atuais, ao invés de gasolina ou etanol, desde que efetuadas alterações. Várias fábricas estão dedicadas ao seu desenvolvimento como combustível, Toyota, BMW e Ford entre elas. A célula a combustível recebe hidrogênio de um lado e oxigênio do outro. A combinação gera energia elétrica e água (H2O) como resíduo. É exatamente a operação contrária à da obtenção do H2, onde se usa a energia elétrica (eletrólise) para separá-lo do oxigênio (O).
Então, o veículo é abastecido com o hidrogenio que alimenta a “fuel-cell” e daí se gera a energia elétrica para movimentar os motores. Ou seja, um automóvel elétrico sem bateria. O veículo com “fuel-cell” não precisa necessariamente ser abastecido com o hidrogênio, mas opcionalmente com o etanol. Dele (e de qualquer outro álcool) se extrai o H2 para alimentar a célula.
Esta solução – para se tornar viável – ainda exige resolver o problema do equipamento (reformador) que extrai o H2 do álcool, pois ele ainda é pesado, volumoso, caro e trabalha em altíssimas temperaturas. Mas já existe experimentalmente e duas universidades brasileiras estão desenvolvendo este projeto (Unicamp e USP) patrocinadas pela Volkswagen e Nissan. Seria uma solução “sopa no mel” para o Brasil, único país no mundo que já conta com uma rede capilarizada de distribuição de etanol em todo o país.
Do AutoPapo