Carro elétrico: Brasil precisa acelerar os debates sobre o tema
Foto: Washington costa/MDIC
O diretor executivo dos Metalúrgicos do ABC, responsável por políticas industriais, Wellington Messias Damasceno, esteve em reunião no último dia 19, em Brasília, para discutir os próximos passos da nova política automotiva brasileira, o Rota 2030, uma vez que o Ministério da Fazenda é contra.
Participaram do debate o Sindicato, representantes de empresários e o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o MDIC.
“O Brasil está sem política automotiva desde 31 de dezembro com o fim do Inovar-Auto. A ausência de políticas para o setor ameaça os empregos, a renda, a produção, o desenvolvimento de inteligência no Brasil e a qualificação dos trabalhadores”, alertou.
“O País precisa de um mecanismo que regulamente o mercado de uma nova invasão de importados e que potencialize essas características do setor”, continuou.
Pela preocupação com o futuro da indústria e diante do quadro de incertezas da política automotiva, o Sindicato se antecipou e encomendou um estudo pioneiro para a subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o Dieese, “Carro Elétrico – Para quem e para quando?” (saiba mais na página 2). A íntegra está disponível no blog do Dieese em smabc. org.br/dieese.
“Temos que pensar agora o carro elétrico no Brasil para não ficar sem produção nos próximos 10 a 15 anos”, afirmou o dirigente.
O estudo verifica que a discussão ainda tem muito que avançar no País ao apresentar os desafios para o setor e as tendências internacionais.
Entre os exemplos está a definição de países como a China de alterar a matriz energética para carro elétrico, que indica ao mundo que o futuro do motor a combustão tem prazo de validade.
O documento mostra que empresas e governos da China, Alemanha, Noruega e Japão têm investido pesado para resolver os gargalos do carro elétrico, com melhoria da infraestrutura, implantação de postos nas cidades e velocidade de recarga.
A bateria ainda é o principal problema e representa hoje 50% do preço do carro. A recarga rápida demora uma hora e a recarga em residências demora 12 horas.
Wellington ressaltou a importância do debate não só para o setor, mas para a indústria como um todo.
“Os países desenvolvidos estão produzindo elétricos, então a decisão de produzir aqui é fundamental para a indústria nacional, com a reconversão e o nascimento de empresas direcionadas a isso e uma plataforma exportadora de carros elétricos”, disse.
Outro ponto é a qualificação dos trabalhadores tanto para a produção quanto para a manutenção dos carros.
O dirigente lembrou que o País está passando por uma desindustrialização sem precedentes na história. “Os trabalhadores precisam estar mobilizados em torno de uma política industrial ampla e que dê conta de melhorar a situação da indústria do Brasil”, concluiu.
Da Redação.