Carro elétrico sempre emite menos CO2 do que os demais? Depende

Teste realizado pela Stellantis, grupo dono da Fiat e da Peugeot, mostra que veículo movido a etanol é menos poluente do que 100% elétrico abastecido na Europa

A Stellantis, gigante automobilístico formado por Fiat, Jeep, Peugeot e Citröen, vai investir para desenvolver no Brasil uma tecnologia de veículos híbridos elétricos e movidos a etanol. E, segundo o presidente do grupo na América do Sul, Antonio Filosa, o montante investido deve superar a soma de todos os seus rivais.

Em evento com jornalistas na semana passada, a Stellantis apresentou os resultados de um teste com um veículo alimentado com quatro fontes distintas de energia, para mostrar o potencial do etanol brasileiro. O automóvel foi abastecido com etanol e comparado em tempo real com a mesma situação de rodagem em três alternativas: gasolina tipo C (E27); 100% elétrico (BEV), abastecido na matriz energética brasileira; e 100% elétrico (BEV) abastecido na matriz energética europeia.

Na comparação, foram utilizadas metodologia e tecnologia de conectividade desenvolvidas pela Bosch, que consideram não apenas a emissão de CO2 associada à propulsão, mas também as emissões correspondentes a (well-to-wheel) ou “do campo à roda”, no caso dos biocombustíveis. O veículo percorreu 240,49 quilômetros. Veja os resultados em quilos de CO2 ou equivalente emitidos.

Gasolina (E27): 60,64 kg CO2eq. 100% elétrico (BEV) com energia europeia: 30,41 kg CO2eq. Etanol (E100): 25,79 kg CO2eq. 100% elétrico (BEV) com energia brasileira: 21,45 kg CO2eq. Ou seja, a emissão de um veículo movido a etanol foi inferior à de um carro elétrico abastecido com energia de matriz europeia. Isso ocorre porque, na Europa, grande parte da energia elétrica é gerada a partir de fontes poluentes, como termelétricas a carvão, óleo ou gás. A matriz elétrica brasileira é mais renovável, com grande participação de fontes hídrica, mas também solar e eólica.

Do O Globo