Carros elétricos estimulam corrida pelo lítio, matéria-prima das baterias, no Brasil
País tem vantagens em relação a outros e pode se consolidar entre os maiores produtores do mineral, atraindo investimentos bilionários
Na transição energética que o mundo tenta acelerar, um mineral tem sido apontado como essencial para deixar as emissões de carbono dos combustíveis fósseis para trás: o lítio. Uma das principais matérias-primas para a produção de baterias para veículos elétricos e usinas de energia eólica e solar, o mineral virou objeto de uma corrida internacional.
Com reserva estimada em 8% do total mundial, a terceira maior do planeta, o Brasil pode assumir um papel importante nesse processo e atrair investimentos bilionários, de mineradoras a montadoras, apontam especialistas. Líder da gigante americana de carros elétricos Tesla, o bilionário Elon Musk, que recentemente visitou o Brasil, chegou a dizer que ter direito ao refino de lítio hoje é como ter uma “máquina de fazer dinheiro”.
Com o crescimento acelerado da produção e da venda de automóveis elétricos no mundo, a cotação internacional do lítio disparou. Só entre janeiro e outubro deste ano, subiu mais de 100% e chegou a novembro a US$ 80 mil por tonelada, um recorde histórico. Com demanda acima da oferta, a tendência é de alta, enquanto novas jazidas não entram em operação.
No Brasil, 417 pedidos de pesquisa de lítio foram apresentados à Agência Nacional de Mineração (ANM) somente este ano, mais que todos os 317 registrados entre 2017 e 2021. As autorizações já somam 229 em vários estados, segundo a ANM. Os investimentos até 2030 na produção do minério são estimados em R$ 15 bilhões pelo Ministério de Minas e Energia.
Do O Globo