Carros populares por R$ 60 mil? Não reclame, vai piorar!
A turma está reclamando, e com razão, dos preços dos carros ditos “populares”; porque os modelos zero-quilômetro mais acessíveis do Brasil, Renault Kwid e Fiat Mobi, já estão na faixa de R$ 60 mil para cima. Vocês nem imaginam que as fábricas não estão satisfeitas com os resultados, com a rentabilidade desses carros “baratos”. Até porque desses R$ 60 mil aí, cerca de R$ 20 mil a R$ 25 mil já ficam direto para os tributos federais e estaduais.
Então, a fábrica ganha dinheiro mesmo é vendendo carro acima de R$ 120 mil, R$ 130 mil. Até porque, se ela tem um carro de R$ 160 mil e, por qualquer motivo, tem que passar para R$ 170 mil, esses R$ 10 mil não fazem muita diferença. Mas para quem está comprando um carro de R$ 60 mil, você põe mais R$ 2.000, mais R$ 3.000, já pesa no bolso.
E o que é pior: os carros não param de subir de preço por causa da inflação, por causa dos componentes importados. Estão lembrados disso, que ainda tem uma parte da eletrônica que é importada, e que encarece ainda mais o preço do nosso automóvel? Então existe já uma política, uma filosofia, na maioria das fábricas, para deixar de lado, deixar de produzir, em volumes, esses carros mais “populares” e se dedicar aos mais sofisticados, aos SUVs.
E isso é uma política que está tomando conta das nossas fábricas. Então, se você está achando que o popular está caro, ainda se dê por satisfeito. Porque, pelo que eu estou percebendo, a tendência das fábricas é de restringir a gama a modelos mais sofisticados, mais caros, maiores, e cada vez se dedicar menos a esses carros mais em conta, mais populares para o mercado.
Do Autopapo / Boris Feldman