Carta aberta dos trabalhadores na Mangels


Foto: Paulo de Souza/SMABC

Não é pelo fato da empresa estar encerrando suas atividades nessa planta de São Bernardo do Campo, mas sim pela forma insensível como se fez o processo de fechamento. Nós, funcionários da Mangels, estamos profundamente decepcionados com os administradores da empresa, e em especial com o presidente do grupo da Mangels, Sr. Robert Max Mangels, mais conhecido como Bob.

Pois trabalhamos anos enfrentando sol, chuva e frio para atender as expectativas da Mangels e honrar os compromissos com seus clientes. Ajudamos a Mangels a alcançar o status que ela ocupa hoje no mercado nacional e internacional.

Muitos de nossos companheiros de trabalho são funcionários velhos de casa e com idade avançada. Muitos não sabem sequer preencher um currículo e venderam sua mocidade para a Mangels.

Acreditamos que merecíamos mais consideração e respeito. A Mangels se diz transparente em seus relacionamentos de negócios, mas não enxergamos transparência alguma. Pelo contrário, e isso ficou provado nesse momento em que fizeram o anúncio do fechamento dessa unidade de aços, sem se importar com os danos que viriam a causar aos funcionários.

Muitos deles haviam contraído dívidas como empréstimos pessoais, financiamentos de casa, apartamento, compra de motos e carros, justamente para facilitar o deslocamento para ir e vir até a Mangels, confiantes no emprego.

Vivemos momentos de tortura dentro da fábrica buscando respostas para várias dúvidas sem que houvesse respostas concretas. Sentimos-nos perdidos, desamparados, largados à sorte, e de uma hora para outra, sem que houvesse um preparo, vem o aviso bombástico que a Mangels iria parar com as suas atividades. Onde está a transparência que nos foi prometida?

Nesse momento nos vemos sem chão, sem palavras para comentar com nossos familiares. Resolvemos então nos unir e trabalhar juntos por uma causa e buscar algum diferencial para minimizar ao máximo os impactos que estão por vir em nossas vidas.

Estamos nesse momento unidos, juntos com nossos representantes sindicais, e com certeza iremos conquistar o que para nós estava sendo negado.

Vamos à luta companheirada, estamos no mesmo barco!