Carteira assinada: Como é duro trabalhar numa coopergato
Nossa campanha pela carteira assinada flagrou multinacional norte-americana com dez trabalhadores, seis deles contratados através de uma cooperativa.
A empresa fabrica grandes filtros de aço usados em usinas de açúcar e em perfurações, e deve fornecer para a Petrobrás.
M. F. é casado, tem duas filhas e trabalha como torneiro mecânico na multinacional. Seu salário é de R$ 1.335,81 e com os descontos ele embolsa cerca de R$ 1.100.00.
não tem carteira assinada mas um acordo de remuneração.
não tem holerite mas um recibo da remuneração.
M. F. é multifuncional, e além do serviço de torneiro ele varre o chão, dirige empilhadeira e usa calandra.
a coopergato desconta R$ 12,00 mensais para o seguro de vida, com cobertura por morte acidental de R$ 2.500,00. Num contrato normal, a cobertura para esse desconto é de R$ 80 mil.
a coopergato paga R$ 40,00 mensais de INSS, valor referente ao salário mínimo. Em caso de invalidez a aposentadoria de M.F.vai ser de R$ 240,00.
não recebe 13º salário, vale transporte, DSR e verba rescisória.
não teve reajuste na data-base de novembro.
trabalha cerca de 10 horas por dia, todo sábado e quase todo domingo e não recebe extra.
doente, M.F. se medicou no posto de saúde pois o convênio tem carência de oito meses.
afastado por causa de uma hérnia de disco, na volta foi demitido por causa da doença.