Categoria se mobiliza na luta pela renovação da Convenção Coletiva
Aprovação da disposição de luta em Diadema. Foto: Adonis Guerra
Os Metalúrgicos do ABC realizaram assembleias com os trabalhadores em fábricas de São Bernardo e Diadema, na manhã de ontem, para organizar e mobilizar a companheirada a se juntar à luta pela garantia de direitos nesta Campanha Salarial.
Em São Bernardo, os trabalhadores na Kostal e na Selco aprovaram a mobilização e demonstraram que estão unidos para brigar pela assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho, CCT. As empresas pertencem Grupo 3, bancada patronal que não assina a CCT desde 2013.
Companheiros em São Bernardo aprovaram mobilização. Foto: Andris Bovo
O coordenador de São Bernardo, Genildo Dias Pereira, o Gaúcho chamou os companheiros para a luta. “O momento é de luta, é de garra pela renovação da Convenção Coletiva. A gente precisa se organizar e se mobilizar para que até o final deste mês consiga fechar a Convenção Coletiva, repor a inflação e ter aumento real. Esse ano está ainda pior porque acabamos de receber do governo a reforma Trabalhista, a terceirização e o fim da ultratividade”.
Foto: Andris Bovo
O secretário-geral do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva, destacou a importância da atenção às eleições deste ano e da preocupação com a manutenção dos empregos no ABC. Também criticou os impactos do fim do Inovar-Auto e dos acordos bilaterais em discussão pelo governo, entre eles o de livre comércio Mercosul e União Europeia.
“Nós trabalhadores e trabalhadoras do ABC precisamos seriamente discutir qual rumo queremos para a região do ABC. Todo dia tem uma empresa fechando, e se a gente perde emprego industrial na região, o comércio e a área de serviços começam a derreter também”, alertou.
O dirigente também lembrou que o patronal quer retirar cláusulas essenciais para o trabalhador. “No dia 1º de setembro, se não tivermos uma Convenção Coletiva assinada, não teremos os nossos direitos assegurados. Precisamos da companheirada organizada e mobilizada para podermos reagir”.
Diadema
Em Diadema a assembleia reuniu os trabalhadores nas empresas Apis Delta e Legas Metal, do G8; Delga e Metalpart, do G3, que também aprovaram a disposição de luta. O coordenador da Regional Diadema e CSE na Delga, Claudionor Vieira do Nascimento, reforçou a importância da demonstração de luta para avançar na Campanha Salarial.
Foto: Adonis Guerra
“Os patrões estão sendo ousados na tentativa de retirar direitos por se sentirem representados por esse governo e Congresso, que em sua maioria representa os interesses dos empresários e do sistema financeiro. Eles já foram atendidos com a sua pauta ao aprovarem a reforma Trabalhista, a terceirização, o congelamento dos investimentos públicos por 20 anos”, lembrou.
“Todas as conquistas na história da humanidade foram com luta, organização e unidade. Nós vamos resistir porque o conjunto da classe trabalhadora está unido por uma Campanha Salarial vitoriosa, com reposição da inflação, aumento real e garantia dos direitos na Convenção Coletiva”, afirmou.
A secretária da Mulher da FEM-CUT e CSE na Apis Delta, Andrea Ferreira de Sousa, a Nega, contou sobre as dificuldades na mesa de negociação com as bancadas patronais.
Foto: Adonis Guerra
“Muitas pessoas nas fábricas têm o sentimento que a reforma Trabalhista não vai surtir efeito em nós. Temos que fazer a reflexão, olhar para o lado e perceber que muitos que estavam trabalhando aqui já não estão mais. A luta é para reagir contra o desemprego, os empregos precários e a perda de direitos. O Brasil é um país grande. Temos condições de levantar a cabeça e não vender a nossa dignidade”.
Da Redação.