Cavalo de troia
Quem nunca ouviu falar do Cavalo de Troia, símbolo da famosa Guerra de Troia, e de onde se originou a expressão “presente de grego”?
Durante o conflito entre gregos e troianos, o líder grego Odisseu fingiu desistir da guerra deixando como presente um gigantesco cavalo de madeira. Os troianos só não contavam que o suposto presente era uma armadilha, o cavalo era oco e dentro havia soldados gregos. Então, na calada da noite, os soldados abriram os portões da fortaleza para que o exército grego pudesse entrar na cidade, deixando um rastro de destruição e ruínas.
Nos tempos atuais, não é imprudente afirmar que temos nosso próprio cavalo de troia. É claro que estamos falando do governo Bolsonaro, na visão de quem o elegeu – governo que desde que assumiu o comando do país tem obtido êxito em sabotar tudo que toca.
Nessa versão contemporânea, o cavalo de madeira oco deu lugar a dezenas de cabeças vazias de boas ideias. Para citar um exemplo recente, na semana passada, em entrevista ao jornal Valor Econômico, uma dessas cabeças “brilhantes”, o presidente do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Carlos Von Doellinger, disse que o Brasil deve deixar de apoiar o setor industrial e focar onde temos vantagens comparativas, o agronegócio e a mineração. Ou seja, devemos virar a fazenda do mundo.
Sim, o agronegócio e a mineração são ativos importantes para o país, mas em qualquer economia forte, é na indústria que grande parte do seu povo trabalha, e a indústria quem mais gera riquezas e empregos melhor remunerados.
Segundo dados da CNI, para cada R$ 1 produzido na indústria de transformação, outros R$ 2,40 são gerados na economia, enquanto que essa relação é de R$ 1,66 na agricultura e R$ 1,49 nos setores de comércio e serviços.
O rastro de destruição no país vem em forma de fechamento de fábricas, desemprego e a volta da fome. É preciso dar um basta nesse intenso e doloroso processo de sabotagem do governo à indústria brasileira.
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