Centrais e empresários alertam para riscos na indústria

Setor corre sério risco e governo federal precisa agir para evitar crise maior, concluíram as cinco maiores centrais sindicais do País e treze entidades patronais


Adi dos Santos Lima, presidente da CUT/SP, esteve na reunião entre centrais e empresários.
Foto: Rossana Lana / SMABC

Em reunião nesta segunda-feira (27/2), as cinco maiores centrais sindicais brasileiras – CUT, Força Sindical, UGT, CTB e CGTB –, treze entidades empresariais, os sindicatos dos metalúrgicos do ABC, São Carlos e São Paulo, além da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM) da CUT, decidiram reivindicar do governo federal medidas urgentes para salvar a indústria nacional.

“Queremos sensibilizar o governo que a indústria atravessa uma situação tão difícil que é necessário agir forma rápida, tão depressa como aconteceu no enfrentamento da crise econômica mundial de 2008, se não quisermos que a o problema aumente”, destacou o vice-presidente Rafael Marques, que representou o Sindicato no encontro.

As medidas emergenciais para a retomada da produção que trabalhadores e empresários desejam foram colocadas em um manifesto com o título “Grito de alerta em defesa da produção e do emprego brasileiros”, que também descreve a má situação da indústria atravessa.

“O Brasil vive um bom momento na economia, mas sua indústria passa por uma crise”, alertou Rafael. “Entre as principais causas estão os juros altos, a alta carga tributária, o câmbio valorizado, a guerra fiscal que favorece importações e o aumento indiscriminado de importações”, citou o dirigente.

Nesta terça (28/2), o mesmo grupo de centrais e entidades patronais participa de audiência com o presidente do Senado, José Sarney, com o objetivo de cobrar a votação da lei que disciplina a guerra fiscal nos portos brasileiros e que seria uma das medidas solicitadas para alavancar a indústria. 

Movimento prepara novos atos
Desde o ano passado, trabalhadores e empresários se reúnem para enfrentar a ameaça da desindustrialização no Brasil. Para provar que este perigo existe, basta lembrar que na década de 1980 esse setor representava 27% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil e pode chegar ao final deste ano a menos de 15%.

Com a meta de superar esta ameaça, já foram realizados encontros como o seminário Brasil da Indústria, do Diálogo e do Emprego e mobilizações na Via Anchieta e em São Carlos, que levaram milhares de metalúrgicos às ruas.

Além das reuniões, estão programadas manifestações por todo o País, para alertar a opinião pública sobre a situação atual da indústria brasileira e o fechamento de postos de trabalho que a crise no setor representa.

Da Redação