Centrais ratificam à Dilma consenso sobre Programa de Proteção ao Emprego

Presidenta esteve no Sindicato na terça, dia 2

Durante visita ao Sin­dicato na terça-feira, dia 2, a presidenta Dilma Rousseff recebeu um balanço sobre o setor au­tomotivo elaborado pelos Metalúrgicos do ABC, que aponta para o Programa de Proteção ao Emprego, o PPE, como saída para momentos como o atual.

“Temos que ter coragem para não aceitar as demissões. Não se resolve crise com mais crise”, comentou ao receber o estudo das mãos do presidente do Sindicato, Rafael Marques.

Para ela, os reflexos da cri­se internacional sobre o Brasil devem ser enfrentados com preservação e geração de em­pregos, e não com demissões como estão fazendo os países europeus.

Segundo Rafael, a presidenta, que já manifestou apoio ao projeto do PPE, quis saber se as centrais sindicais tinham consenso sobre o tema, já que ela havia pedido um posicionamento coletivo sobre o assunto.

“Esse aspecto da unidade dos que defendem a manu­tenção dos postos de trabalho será fundamental para que o Brasil crie o Programa de Proteção ao Emprego, e foi exatamente isso que fizemos na construção do projeto”, relembrou Rafael.

A proposta de criação do PPE é inspirada em uma iniciativa alemã, conhecida como kurzarbeit.

O kurzarbeit, cuja tradução literal é “trabalho curto”, é o modelo de redução de horas previsto na legislação do país europeu desde os anos 50.

Funciona da seguinte for­ma, o trabalhador reduz as horas ou para de trabalhar e recebe 60% do salário original ou 67%, se tiver filhos. Sua contribuição social e seguro saúde são pagos de forma integral.

Os pagamentos são feitos pelo empregador, que é re­embolsado parcialmente pelo governo. O benefício pode ser usado por até dois anos.

Para os trabalhadores, o benefício do kurzarbeit é a manutenção de seus empregos em tempos de crise, além dis­so, podem usar o tempo livre para fazer cursos e aumentar a qualificação com ajuda de subsídios.

As empresas evitam os cus­tos de demissão e recontrata­ção. Já o governo economiza gastos, pois ampara menos companheiros desempregados.

Segundo estimativa do governo alemão, em 2009, 1,5 milhão de pessoas receberam o benefício e cerca de 400 mil empregos foram salvos, o que equivaleu a mais de 1% na taxa de desemprego.

Na base dos Metalúrgicos do ABC, cerca de 2.500 trabalha­dores estão com contratos sus­pensos pelo sistema do lay off, que poderiam estar incluídos em um Programa de Proteção ao Emprego como o alemão.

Da Redação