Centrais saem às ruas por trabalho decente nesta quinta-feira (7)

Dia 7 de outubro é o Dia Mundial pelo Trabalho Decente

As centrais sindicais fazem nesta quinta-feira (7) uma caminhada pelas ruas centrais de São Paulo para pedir melhores condições de vida e trabalho no Dia Mundial pelo Trabalho Decente.

Enquanto nos países europeus os trabalhadores vão sair às ruas para não perder direitos no combate à crise econômica, aqui no Brasil as manifestações vão pedir a valorização do salário mínimo e o fim da terceirização e dos acidentes de trabalho, entre outras reivindicações.

João Felício, secretário de relações internacionais da CUT, defendeu o fortalecimento do papel do Estado para o combate das desigualdades, a caminho de uma efetiva justiça social.

“As centrais sindicais estão cada vez mais unidas em torno de uma pauta comum em defesa do mundo do trabalho, do salário, do emprego e dos direitos sociais e trabalhistas”, disse.

Trabalho deve ter função social
A agenda do trabalho decente tem uma pauta extensa que inclui o combate ao trabalho infantil, escravo e informal, a obediência ao piso salarial e a luta para que o salário mínimo seja suficiente para proporcionar uma vida digna para o trabalhador e sua família, além do respeito às legislações que regulamentam os direitos sociais, as relações e as condições de trabalho.

“O trabalho deve ser visto como uma atividade com caráter social. A função social do trabalho é promover a realização dos trabalhadores como indivíduos, como classes e como agentes sociais”, disse Théo Oliveira, coordenador do Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente do Sindicato.

Trabalho decente implica na garantia da formação profissional, oportunidade de emprego sem qualquer tipo de discriminação e preservação da saúde e segurança das pessoas no ambiente de trabalho.

“Aí estão incluídos a exigência do cumprimento de todas as normas, leis e convenções sobre segurança e saúde no trabalho e respeito às organizações sociais nos locais de trabalho, na qual a mais importante é a organização sindical. Também implica no reconhecimento dessa organização em negociar e contratar as melhorias necessárias para a manutenção da segurança e da vida”, comentou. 

Ele disse que não é possível pensar em desenvolvimento sócio econômico sem o trabalho decente. “O trabalho decente, a saúde e a segurança dos trabalhadores não podem ser temas restritos à agenda trabalhista. Eles têm de ser pontos de destaque da agenda política, que é onde se decidem os rumos das grandes questões nacionais”, afirmou Théo.

O caminho é longo e somente através do controle social do trabalho por parte das organizações sindicais será possível apressar o processo de inclusão do Brasil entre aqueles países que fazem do trabalho uma atividade que, além de salário, traz também cidadania.

Da Redação