Centrais sindicais pressionam deputados em Brasília pelo auxílio de R$ 600
“É um crime contra o povo brasileiro o governo Bolsonaro ter reduzido o auxílio à metade”
O presidente da CUT, Sérgio Nobre e dirigentes das outras centrais desembarcaram em Brasília, na manhã de ontem para uma via-sacra pela Câmara dos Deputados em defesa dos R$ 600. A ação faz parte da campanha “600 Pelo Brasil – Coloca o Auxílio Emergencial pra votar, Maia”, lançada em 17 de setembro.
Os dirigentes sindicais visitaram lideranças de blocos de mais de 15 partidos para defender importância de votar imediatamente a Medida Provisória 1.000/2020, que prorroga o pagamento do auxílio até dezembro, mas retomando o valor em R$ 600, que o governo Bolsonaro cortou para R$ 300.
“Os deputados federais estão sentindo, e muito, a pressão para votar e manter o auxílio emergencial em R$ 600. E essa pressão tem que ser ampliada e fortalecida. É o que estamos fazendo”, disse, Sérgio Nobre após se reunir com o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira e diversas lideranças partidárias. Marcos Pereira preside interinamente a Casa, após o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) ter sido diagnosticado com Covid-19, em 16 de setembro.
O parlamentar, segundo Sérgio Nobre, admitiu que os deputados estão sendo muito pressionados pela aprovação dos R$ 600. “Entregamos o documento unitário assinado pela CUT e demais centrais sindicais, que defende a votação imediata da Medida Provisória que prorroga o auxílio. Reivindicamos a manutenção dos R$ 600”, disse.
Sérgio Nobre contou que Marcos Pereira admitiu que há resistência por parte dos deputados em aprovar a MP com o valor de R$ 300, porque não segura a necessidade do povo, mas que manter os R$ 600 também exigirá debate na Casa. “É o que faremos”, disse Sérgio Nobre. Ainda segundo ele, o deputado se comprometeu a propor o debate com as centrais à Câmara e também levar a questão ao governo.
“O auxílio de R$ 600 é uma conquista da CUT, do Fórum das Centrais e, em especial, das bancadas de oposição, que garantiu um mínimo de atividade econômica no Brasil e proteção social aos mais vulneráveis neste momento de pandemia”, lembrou.
Ele disse ver risco de o país enfrentar caos social, se o auxílio emergencial de R$ 600 não for mantido. “É um crime contra o povo brasileiro o governo Bolsonaro ter reduzido o auxílio à metade”.
Campanha e abaixo-assinado
A CUT, Força, UGT, CTB, CSB, NCST, CGTB, Intersindical, CSP-Conlutas, Intersindical Instrumento de Luta e Pública lançaram em 17 de setembro campanha nacional unitária para pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, a colocar em votação a MP 1.000/2020. A medida publicada pelo governo federal em 3 de setembro prorroga o auxílio emergencial, mas corta o valor de R$ 600 para R$ 300.
O abaixo-assinado pode ser acessado no site change.org no link política.