Cerca de 80% dos trabalhadores nos Correios no ABC estão em greve

A principal reivindicação da categoria é reposição das perdas salariais e aumento real linear. A paralisação deverá ser mantida até que haja negociação com a empresa, que propôs aumento de 4,5%, o que, para os sindicalistas, cobre apenas a inflação do período

Mais de três mil trabalhadores nos Correios de São Paulo estão em estado de greve desde a noite de terça-feira (15). A mesma decisão é seguida por trabalhadores em todo o País. De acordo com o Sintect-SP (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos de São Paulo, Grande São Paulo e região postal de Sorocaba), cerca de 80% dos trabalhadores no ABC estão parados.

A principal reivindicação da categoria é reposição das perdas salariais e aumento real linear de R$ 300. Segundo o Sindicato, enquanto o piso da categoria é de R$ 640, cargos de gerência chegam em torno de R$ 20 mil. A paralisação deverá ser mantida até que haja negociação com a empresa, que propôs aumento de 4,5%, o que, para os sindicalistas, cobre apenas a inflação do período.

Serviços como de entrega rápida, como Sedex 10, Sedex Hoje, Disk-Coleta, Logística Reversa e e-Sedex, foram suspensos em São Paulo e na região metropolitana por conta da greve. O Sintect-SP afirma ainda que, apesar de algumas agências estarem abertas, os serviços não terão garantia de serem efetuados.

Assembleia

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Correios (Fentect) submeterá nesta quinta-feira (17) às assembleias da categoria nos Estados a proposta apresentada nesta quarta-feira pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) de um reajuste salarial de 9%. Esse reajuste, de acordo com a proposta, deverá valer para os próximos dois anos.

A ECT propôs também um acréscimo de R$ 100 ao piso salarial da categoria, que é de R$ 640. A ECT propõe pagar esse acréscimo a partir de janeiro de 2010. Os Correios se dispõem, ainda, a aumentar o vale-alimentação de R$ 20 para R$ 21,50 neste ano e para R$ 23 no próximo ano, além de conceder um vale-alimentação extra nos meses de dezembro deste ano e do próximo.

A concessão dos benefícios propostos, se forem aceitos, terá um impacto de R$ 729 milhões na folha de pagamento da ECT, que é de R$ 5,5 bilhões.

Do Repórter Diário