Chefão da JAC revela como as montadoras ganham dinheiro

Sergio Habib revelou em entrevista como é montado o preço de um carro, todos os fatores que culminam no preço pago pelo consumidor

O irreverente executivo Sergio Habib, atual representante da JAC Motors no Brasil e ex-presidente da Citroën, é famoso por suas falas polêmicas. Em uma recente participação ao podcast Você Na Roda, do jornalista João Anacleto, revelou o que as montadoras fazem para ganhar dinheiro. A surpresa durante a entrevista foi revelar que, ao contrário do que muitos pensam, o lucro não vem das vendas de carros novos. Segundo Habib, o que ajudar as montadoras a fechar as contas no final do mês são as margens de lucro nas peças de reposição.

Sergio Habib destrincha os componentes que montam o preço de um carro. O custo por carro de uma fábrica, por exemplo, é de 5 a 6% do valor final. O executivo diz que o custo de você estampar, soldar, pintar e montar um carro fica entre US$ 700 e 800. Margens de lucro da concessionária, gastos com logística, publicidade, aquela “gordurinha” que é tirada em promoções, a garantia e outros fatores estão embutidos no preço final. Sem contar os impostos, a montadora recebe 70% do valor, porém os gastos são terminam aí.

Cerca de 3 a 4% vai para pagar os metalúrgicos da fábrica. Do montante final, 55% vai para o custo de produção do carro, com matérias primas e outros componentes. E Sergio Habib diz que 11% restantes não vão por completo para os cofres. Como são as peças de reposição que ajudam a custear o funcionamento da montadora, como foi dito anteriormente, é isso subsidia os 10% – de lucro por carro. Um detalhe interessante é sobre como a garantia faz parte do cálculo do preço do carro.

Atualmente, montadoras tradicionais viraram a chave para os carros elétricos a nível global, como a General Motors e a Volkswagen. Essa mudança se deu por pressões externas, como incentivos governamentais e propostas de banimento dos carros a combustão. Segundo Sergio Habib, isso afeta como as montadoras ganham dinheiro: vão perder 60% das despesas de funcionamento. Num carro a combustão, o trem de força é feito internamente, já nos elétricos as baterias e os motores vem de fornecedores externos. Além disso, há uma queda nos ganhos com peças de reposição. Já que um elétrico possui apenas uma peça móvel no motor e esse componente não exige manutenção periódica.

Do AutoPapo