Chefões da Tesla estão aparecendo nas casas dos funcionários que faltam por doença, para verificar se é mesmo verdade
A gigafábrica da Tesla em Berlim está enfrentando um problema alarmante: a alta taxa de faltas dos funcionários devido a doenças. Com um índice de 17% em agosto e ainda preocupantes 11% em setembro, a situação chamou a atenção da administração, que decidiu agir de forma inusitada para lidar com o problema. Enquanto a média nacional de faltas médicas na Alemanha gira em torno de 6,1%, na indústria automotiva esse número é de 5,2%.
No entanto, os números da Tesla estão muito acima, levando os gestores a suspeitarem que muitos funcionários possam estar se aproveitando da situação. Em uma tentativa de combater essa prática, André Thierig, gerente da fábrica, expressou sua frustração durante uma reunião interna: “Não podemos permitir que alguns se esforcem enquanto outros simplesmente escolhem não vir trabalhar.” Para tentar incentivar a presença, a empresa chegou a oferecer uma recompensa de €1.000 (cerca de R$ 5.700) para aqueles que mantivessem uma frequência superior a 95%.
Contudo, como essa estratégia não surtiu o efeito desejado, a gerência recorreu a uma tática ainda mais polêmica: visitas domiciliares. Thierig e o gerente de Recursos Humanos, Erik Demmler, foram até as casas de alguns funcionários para verificar se realmente estavam doentes. Embora essas visitas não sejam ilegais na Alemanha, a prática gerou polêmica. Para Dirk Schulze, representante do sindicato IG Metall, a abordagem é “absurda” e ignora as causas profundas do problema.
Schulze argumenta que a alta carga de trabalho e a pressão constante enfrentadas pelos trabalhadores são os principais fatores que contribuem para o aumento das ausências. Ele sugere que a administração deveria se concentrar em resolver essas questões, em vez de penalizar os funcionários ausentes. Essa situação levanta questões importantes sobre a saúde e o bem-estar dos trabalhadores em ambientes de alta pressão, como os da Tesla.
Do Notícias Automotivas