Chery brasileira deverá exportar para América Latina

A fábrica da Chery em Jacareí, SP, ainda em fase de obras civis, deverá funcionar como base de exportação da companhia chinesa para América Latina. De acordo com Luis Curi, CEO e vice-presidente da Chery no Brasil, a estratégia de exportação a partir do Brasil está desenhada e os primeiros contatos já foram feitos: “Estive em negociações na Argentina, Venezuela e Chile”.

O início da produção seriada na primeira unidade da Chery fora da China está agendada para daqui um ano, mas a inauguração oficial deverá acontecer ainda no fim de 2013, de acordo com executivos da fabricante.

O primeiro modelo a sair da linha de montagem nacional será o Celer, que começa a ser vendido nos próximos dias, importado da China, com três meses de atraso. A fabricante esperava iniciar sua comercialização em dezembro, mas teve problemas no sistema de faturamento à rede por reestruturação exigida pela mudança da operação, de importadora a fabricante – a Chery foi uma das habilitadas ao Inovar-Auto.

Neste processo a nova rede passará a contar com o floor plan, tradicional programa de financiamento de veículos da fábrica para os distribuidores.

Cá como lá
O processo de escolha dos fornecedores da Chery no Brasil segue em paralelo à construção da fábrica. Segundo Wu Dejun, diretor industrial, para a produção do Celer brasileiro a preferência pela escolha deve acompanhar as parcerias já efetivas na produção do veículo na China.

São fornecedoras ali empresas como Valeo, Johnson Controls, Siemens e Autoliv, dentre outras.

Contrações e treinamento já tiveram início: segundo Curi grupo seguirá para a China para depois retransmitir as técnicas do processo produtivo. O plano é contratar de seiscentos a oitocentos funcionários para a nova operação até o fim deste ano.

A Chery já manifestou interesse na mão de obra excedente da fábrica da General Motors em São José dos Campos, cidade vizinha a Jacareí, mesmo durante as negociações do sindicato com a fabricante de origem estadunidense. Na terça-feira, 26, a GM anunciou a dispensa de cerca de seiscentos deles: “É uma massa de mão de obra preparada, da qual precisamos. Estes trabalhadores terão preferência na nossa seleção”.

Desabastecida
Para suportar as mudanças da operação a Chery reduziu de 105 os pontos de vendas no País, alcançados em 2011, para atuais oitenta, em mãos de 56 grupos.

Com meta de vendas da fabricante estabelecida de 30 mil a 32 mil unidades para este ano, essa nova rede Chery terá de trabalhar mais intensamente, já que com o processo de reestruturação em andamento a rede ficou desabastecida – o que gerou queda de 80% nas vendas no primeiro bimestre deste ano ante o mesmo período de 2012. “A partir de abril tudo estará normalizado.”

Nesta meta estão consideradas 15 mil unidades do QQ, 4 mil Face, de 6 mil a 8 mil Celer e mais 5 mil Tiggo – que contará com nova versão, dotada de câmbio automático, prevista para início do segundo semestre.

 

Da Agência Auto Data