China, Brasil e a nova ordem industrial

Comente este artigo. Envie um e-mail para sumetabc@dieese.org.br

De 1978 a 2018, o PIB (Produto Interno Bruto) da China experimentou um salto impressionante, crescendo de US$ 150 bilhões para US$ 12,2 trilhões. Durante esse período, o país asiático passou por transformações significativas em sua indústria consolidando sua posição como uma das maiores potências econômicas do mundo. Estima-se que a China tenha tirado cerca de 740 milhões de pessoas da pobreza nesse intervalo de tempo.

A China detém a maior parcela de empregos industriais do planeta, com 174 milhões de trabalhadores nesse setor, o que representa 28% do total de empregos naquele país. Em comparação, o Brasil conta com aproximadamente 7 milhões de empregos na indústria, apenas 12% do nosso emprego total.

Um dos efeitos importantes da pandemia foi a crise no abastecimento das cadeias globais de valor, levando as principais economias ocidentais a questionarem sua dependência dos produtos chineses. Tanto os Estados Unidos quanto a Europa têm indicado um movimento em direção a uma menor dependência da China.

Com isso, os últimos anos marcam certa desaceleração no ritmo de crescimento da China, mas que evidencia seu processo de transição tecnológica. Por um lado, a China investe e avança em setores industriais operando com tecnologias de maior complexidade, por outro, o seu ritmo de progressão se mostra menos intenso. Vale notar que inovação, sustentabilidade e bem-estar estão entre as palavras-chave do atual plano quinquenal chinês, vigente de 2021 a 2025, definindo um norte bastante claro para a economia chinesa, com ênfase na “autossuficiência em ciência e tecnologia”. Resta saber se o Brasil acompanha e se beneficia dessa trajetória, saindo revigorado para as oportunidades que se abrem no novo contexto da indústria global.

Subseção do Dieese