China orienta montadoras a não construírem fábricas na Índia e na Rússia
Turquia e Tailândia também estão na lista de locais ‘indesejáveis’ vazada do Ministério do Comércio da China
Reportagem recente da agência de notícias Reuters revela que o Ministério do Comércio da China realizou reunião com representantes da indústria automotiva local para anunciar novas diretrizes governamentais a respeito do setor. Entre outros assuntos, o órgão orientou às montadoras que evitem construir fábricas de veículos em países como Índia, Rússia, Turquia e Tailândia, tendo em vista a escalada de ‘potenciais riscos geopolíticos’.
No caso da Rússia, não há planos imediatos por parte de marcas chinesas para abertura de fábricas novas. O mercado local tem sido invadido por veículos da China de dois ou três anos para cá, mas maioritariamente através de importações. A única planta chinesa construída do zero no país fica na região de Tula e pertence à Haval, tendo sido inaugurada muito antes do atual agravamento geopolítico. No caso da Índia, as relações políticas com a China têm se agravado consideravelmente desde 2020.
Das marcas chinesas, apenas a MG (controlada pelo grupo SAIC) tem atuação comercial ativa no país e produção estabelecida no estado de Gujarat em fábrica comprada da General Motors há alguns anos. Novas fábricas, porém, estão praticamente descartadas. No caso da Tailândia, Turquia e outros países da Europa, não há explicação clara quanto às novas orientações. O mais provável é que o governo da China esteja preocupado em preservar e ampliar empregos no próprio país ao invés do criá-los no exterior.
Nosso país, ao contrário dos demais, não aparece na lista de ‘indesejáveis’ da China e tem sido destino de generosos investimentos automotivos chineses nos últimos anos. A GWM está prestes a iniciar atividades na fábrica de Iracemápolis (SP) e a BYD segue com trabalhos em andamento na planta de Camaçari (BA). Além disso, a Chery também tem ampliado investimentos em Anápolis (GO) junto com a Caoa e a antiga fábrica da Troller no Ceará passará a abrigar a produção de diversos elétricos chineses nos próximos anos.
Do Motor1