Chinesa quer manter incentivo para elétrico
A montadora Great Wall defende o atual estímulo tributário
Cautela sempre foi uma característica marcante em fabricantes de veículos orientais no Brasil. Assim foi com os japoneses e volta a se repetir, agora, com os chineses. Em 2021, a Great Wall Motors comprou a fábrica que pertencia à Mercedes-Benz, mas o início da produção está marcado para 2024. Antes disso, serão vendidos só importados.
Mas, para que tudo funcione conforme programaram, os chineses querem ter certeza de que o governo não vai mexer no Imposto de Importação de carros elétricos e híbridos, com alíquotas reduzidas desde 2014. Os carros eletrificados são sua especialidade. Por isso, a empresa se prepara para ser uma das primeiras a discutir o assunto com integrantes da nova equipe econômica.
A Great Wall, montadora de capital 100% privado na China, quer mostrar ao governo brasileiro que não teria se interessado em comprar uma fábrica e produzir veículos eletrificados no país não fosse o mercado que surgiu a partir do estímulo tributário que vem sendo oferecido há oito anos. Nesse período, o Imposto de Importação desses veículos foi reduzido de 35% para uma faixa que hoje oscila entre 0% e 7%.
O caso da Great Wall Motors (GWM) se torna um capítulo à parte nas conversas com o governo porque a empresa sequer começou a vender veículos no Brasil, mas já tem uma fábrica, anunciou investimentos de R$ 4 bilhões até 2025 e mais R$ 6 bilhões até 2032 e, ainda, decidiu dedicar-se exclusivamente à venda de utilitários esportivos e picapes eletrificados – híbridos e elétricos – no país. Inicia a pré-venda neste semestre com dois utilitários esportivos híbridos importados da China e em 2024 começará a produzir uma picape híbrida na fábrica em Iracemápolis (SP).
Do Valor Econômico