Chinesas começam a produzir carros elétricos no Brasil esse ano – preços devem baixar?

O ano de 2025 vai marcar o início da produção da BYD e da GWM no Brasil. A previsão é que os veículos da primeira empresa comecem a ser fabricados localmente ainda no primeiro semestre deste ano, com a segunda montadora iniciando as operações no segundo semestre. Ainda existe a expectativa é que outras empresas adotem o mesmo rumo entre 2026 e 2030. Entre elas estão Neta, GAC e Omoda/Jaecoo. Segundo especialistas do setor, a fabricação no Brasil faz parte da estratégia de crescimento global das companhias chinesas.

No ano passado, o Brasil contabilizou 2,5 milhões de veículos vendidos, uma alta de 15% em relação a 2023, e o maior crescimento entre os dez maiores mercados globais. Isso tem despertado o interesse de marcas chinesas. Além disso, a fabricação local também livra as empresas do imposto de importação de carros eletrificados importados, atualmente em 18%, e que chegará a 35% em 2026. O consumidor brasileiro é fiel e se aproximar dele com a fabricação no país passa mais confiança.

É interessante notar que os carros populares sumiram, mas os brasileiros continuam comprando veículos mais caros, com mais margem de ganho para as empresas. Com a produção nacional, as chinesas também receberão incentivos do governo para o setor por meio do programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover). A expectativa é que o Brasil passe a ser um hub de exportação dessas companhias para vizinhos como Argentina, Colômbia e Bolívia, o que também é importante na estratégia de expansão chinesa.

De acordo com os especialistas, o início da produção local não deve se refletir em preços mais baixos para os consumidores. Como estão em fase de investimentos, as empresas precisam de margens de lucro mais altas para cobrir seus custos de instalação.  Mas os analistas ainda veem obstáculos para um crescimento mais forte delas no Brasil, como a falta de infraestrutura de carregamento de elétricos. Atualmente, existem cerca 11 mil carregadores públicos e semipúblicos, número muito abaixo do necessário.

Do Olhar Digital