Cinco anos seguidos de aumento real
O presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, classificou como muito positivo o resultado da campanha salarial.
Balanço de campanha: Aumento real chega a 16,5% em cinco anos
Os metalúrgicos da
CUT conseguiram
acumular aumentos
reais que variaram
de 11,8% a 16,5%
nas últimas cinco
campanhas salariais.
“Não há uma sequência
como essa em nossa
história”, avalia o
presidente do Sindicato
José Lopez Feijóo ao fazer um balanço
da campanha
deste ano.
A que se devem esses
expressivos números?
Basicamente ao comportamento
da economia. O
setor metalúrgico vem crescendo
e a estabilidade econômica
favorece aos trabalhadores
traçarem estratégias de
campanha, se mobilizarem e
alcançarem os resultados planejados.
É bom frisar que o
governo Lula tem oferecido
um bom ambiente para as
campanhas salariais.
E qual foi a estratégia da
campanha neste ano?
Pensamos a campanha
com foco em três objetivos
principais. O primeiro foi da
reposição salarial, com aumento
real e valorização dos
pisos. O segundo foi uma
nova composição para a
aplicação do teto e, por fim,
obter conquistas sociais.
E os resultados
chegaram a esses objetivos?
Sim. Tivemos a reposição
salarial e mais um aumento
real de 2,5% para todos.
Além do número ser significativo,
ele é igual em todos
os grupos. Os reajustes nos
pisos foram muito maiores,
ficando em 8,2% em média.
Mas os tetos foram
mantidos?
Porém, com mudanças.
Primeiro, eles tiveram reajustes
de 11,8% a 17%, como
nas autopeças, mantendo
as melhores condições nas
fábricas. Nas montadoras,
o teto não vai mais limitar a
reposição da inflação. Para
salários acima de R$ 7 mil serão
somados R$183,44 como
aumento real. Ou seja, todos
os salários foram corrigidos
pela inflação e todos terão
uma parcela de aumento real.
Abrimos uma janela para
mudar o conceito de teto nas
próximas campanhas.
Devido ao alto ritmo da
produção, chegou-se
a pensar que a
campanha seria
resolvida mais
facilmente?
Começamos as negociações
pelas cláusulas sociais,
mas quando chegou
a hora de discutir salários
veio aquela choradeira de
sempre. Como o grupo 9
tem data-base em agosto,
ele tentou impor um número
de aumento real que servisse
de parâmetro aos demais.
Já as montadoras trouxeram
o velho argumento das
distorções regionais para
não oferecer aumento. Foi
necessário ameaça de greve
para forçar os acordos.
Há muito tempo
também que não se
mexia nas cláusulas
sociais, não é?
Esse foi o outro objetivo
alcançado. Avançamos
bastante nos direitos sociais
das mulheres ao aumentar
os valores e prazos de
pagamento do auxílio creche,
ao unificar o tempo de
amamentação e ao prever
proteção à mulher que sofre
aborto, entre outros.
Os patrões também
concordaram em dar mais
atenção aos jovens, negros e
mulheres na hora da contratação
e tornar os ambientes
acessíveis a trabalhadores
com deficiência. Vale destacar
a licença para quem
vive em situação de violência
doméstica, conquistada nas
autopeças, que é um direito
inédito. Estes são os primeiros
passos para a universalização
de novos direitos a
toda a categoria.