Cinco anos sem crise no Brasil

Em julho de 2002, especuladores
e mídia se uniram
contra a provável vitória
de Lula nas eleições e criaram
um clima de terrorismo
no Brasil.

Inventaram uma onda
especulativa no mercado financeiro
que se prolongaria
por todo o segundo semestre
e daria muito lucro para
as elites.

O dólar, que iniciara o
ano cotado a R$ 2,30, já valia
R$ 2,80 e bateria nos R$
4,00 três meses depois. A
desvalorização cambial passaria
aos preços.

O INPC chegou a 13%,
trazendo de volta o fantasma
da inflação e preocupando os
trabalhadores.

Era mais uma das crises
que aconteciam desde o início
do Plano Real, que prometeu
estabilizar de vez a
economia brasileira mas não
deixou passar um ano sem
que uma crise bagunçasse a
economia.

Hoje, tudo isso parece
fazer parte do passado.

Desde aquele mês em
2002, a economia nacional
não enfrenta uma crise. Nos
últimos cinco anos, os indicadores
financeiros e econômicos
só melhoraram.

Essa tranquilidade levou
embora a época dos grandes
pacotes que prometiam medidas
salvadoras, mas acabavam
prejudicando a classe
trabalhadora.

“Acabou! O tempo dos
grandes pacotes econômicos
já era”, sentencia o economista
Nilson Vieira Oliveira.
“Quem fizer isso procura dividendos
políticos e vai quebrar
a cara, pois a população
não aceita mais, já está vacinada”,
prossegue.

“As políticas de meta de
inflação, câmbio flutuante e
superávites nas contas públicas
seguidas pelo governo
Lula enterraram de vez o
mais sério problema brasileiro,
a inflação, que hoje está
definitivamente superado”,
diz o professor da Fundação
Getúlio Vargas, Antônio
Carlos Gonçalves.

Especialistas apontam
também para a calmaria vivida
no mercado internacional
para explicar o bom
momento vivido pelo País. A
economia chinesa e sua impressionante
taxa de crescimento
anual superior a 10%
sustentam uma economia
global em alta.

Os Estados Unidos, a
outra locomotiva mundial,
também atravessam um período
longo de expansão do
PIB com inflação sob controle
e crescimento.

O Brasil aproveita a
onda de consumo mundial.
As exportações do País dispararam,
provocando seguidos
saldos positivos da balança
comercial. Só em junho,
o Brasil exportou R$ 7,2
bilhões a mais que importou.