Classe C detém maior fatia da renda nacional e cria novo padrão de consumo

Mais de 26 milhões de pessoas passaram para este grupo desde 2006. O aumento da renda que permitiu ao consumidor não só comprar, mas escolher o produto com que mais se identifica

Pela primeira vez na história, a classe C, cujos lares recebem entre R$ 1.115 e R$ 4.807 por mês, passou a representar a maior fatia da renda nacional, segundo dados recém-agregados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Correspondem agora a 46% do total de rendimentos das pessoas físicas, contra 44% do topo da pirâmide (AB).

Trata-se de uma parcela de 91 milhões de brasileiros. Entre 2003 – quando a classe C respondia por 37% da renda nacional (salários, benefícios sociais e previdenciários, juros e aluguel) – e 2008, 26,9 milhões chegaram a este grupo.

Essa migração em massa alterou o rumo da divisão historicamente desigual do bolo no Brasil e proporcionou o surgimento de um grupo com características socioculturais próprias.

O aumento da renda que marcou os anos 2000 permitiu ao consumidor não só comprar, mas escolher o produto com que mais se identifica.

Para o deputado José Guimarães (PT-CE) é preciso reconhecer que, pela primeira vez, o país cresce com distribuição de renda. “Na época do ´milagre econômico´ o Brasil crescia sem distribuir renda. Com Collor e FHC, o país nem cresceu nem distribuiu renda. Agora, o governo consegue, com estabilidade econômica, com controle da inflação e com programas sociais e de transferência de renda, caminhar para a estabilidade social”, avaliou.

Segundo o estudo, a mudança não está só nas novas necessidades de quem compra. A própria estrutura da economia está se alterando. O potencial de geração de renda do brasileiro está crescendo mais depressa do que a sua capacidade de consumo.

Segundo o deputado Vignatti (PT-SC), o aumento de renda da classe C é uma tendência marcada também pela política de geração de emprego dos últimos anos. “A geração de 11 milhões de empregos automaticamente melhora a renda do brasileiro e pressiona por melhores salários. A migração da classe mais pobre para a classe C é o resultado imediato da melhoria do rendimento e de sua distribuição”, afirmou.

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