Clipping 26 de Julho de 2021

Manchetes

Indicações expõem desgaste e aparelhamento do governo (Folha)

Dez de 13 setores da indústria retomam nível pré-pandemia (Estadão)

Reabertura de escolas públicas avança com queda de casos de Covid (O Globo)

Empresas que desistiram de IPOs buscam investidores (Valor)


Automotive Business

GM estenderá suspensão em São Caetano do Sul por mais 30 dias

Medida, também adotada na fábrica de Joinville, manterá a produção parada até o fim de agosto

A General Motors vai prorrogar a suspensão dos contratos de trabalho do quadro da fábrica de São Caetano do Sul (SP) por mais 30 dias a partir de 26 de julho, prazo de vencimento do primeiro acordo firmado com os trabalhadores com base na Medida Provisória 1.045, que autoriza a suspensão por um prazo de 120 dias.

A montadora adotou em junho a medida que envolveu cerca de 400 funcionários da unidade. Caso a medida seja de fato tomada, como confirmou à Automotive Business Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, presidente do sindicato local dos metalúrgicos, a volta às atividades na fábrica deverá ocorrer depois de 26 de agosto.

“A montadora informou que por causa da falta de componentes ficará mais difícil retomar às atividades antes desta data”, disse o presidente do sindicato na sexta-feira, 23. Se retomada no final de agosto, a fábrica completará cerca de dois meses de paralisação das linhas de montagem de São Caetano do Sul, mais do que as seis semanas originalmente previstas.

De acordo com o representante dos trabalhadores, a montadora alegou, novamente, desabastecimento de componentes para postergar o retorno das atividades produtivas. A unidade também estaria sendo preparada para a produção da picape Chevrolet Montana, que deverá ser lançada no mercado brasileiro em 2022. Ali também são produzidos os modelos Tracker, Joy, Joy Plus e Spin.

Medida semelhante será adotada na fábrica de Joinville (SC), onde são produzidos os motores que equipam a oferta GM no país. Segundo Rodolfo de Ramos, presidente do sindicato dos metalúrgicos daquele município, a entidade fora informada da medida na quinta-feira, 22.

Na fábrica de Gravataí (RS), onde é produzido o Chevrolet Onix, o prazo de retorno das atividades segue mantido pela montadora para ocorrer em 16 de agosto, de acordo com Edson Dorneles, diretor jurídico do sindicato local. Parada desde março, a unidade gaúcha deve completar cinco meses e meio de suspensão, o que tem provocado apreensão nos trabalhadores locais.

A MP 1.045 institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e dispõe sobre medidas emergenciais no âmbito das relações de trabalho em função da pandemia de Covid-19, como por exemplo o pagamento parcial dos salários por parte das montadoras, com o Governo Federal dividindo o pagamento via Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Levantamento da consultoria Auto Forecast Solutions (AFS), dos Estados Unidos, apontou que há oito fabricantes com 14 fábricas afetadas de alguma maneira pela escassez de chips desde março, que já levaram a reduções ou paralisações das linhas de 41 modelos, com perdas somadas até agora de quase 200 mil unidades que deixaram de ser produzidas.

Somando todas as paradas ou cadência reduzida, a AFS estima perda equivalente a 270 dias de operações. Procurada, a GM não se manifestou até o fechamento da reportagem.

Automotive Business

Stellantis e Intel: falta de microchips pode durar até 2023

Presidentes das duas empresas preveem que crise dos semicondutores vai se arrastar por mais um ou dois anos

Foram dois eventos diferentes em dias distintos, mas a conclusão foi parecida: a indústria automotiva vai continuar sofrendo por mais um ano ou dois anos com a escassez generalizada de semicondutores, que tem provocado a paralisação das fábricas de veículos do mundo todo.

O primeiro alerta foi feito por Carlos Tavares, CEO da Stellantis, durante um evento da Automotive Press Association em Detroit na quarta-feira, 21. “A crise dos semicondutores, por tudo que vejo e não tenho certeza se consigo ver tudo, vai se arrastar até 2022 facilmente porque não vejo sinais suficientes de que a produção adicional dos pontos de abastecimento da Ásia chegará ao Ocidente em um futuro próximo”, afirmou Tavares na sua apresentação.

O executivo português disse que a falta de componentes eletrônicos tem obrigado a Stellantis – grupo que reúne marcas como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën – a priorizar a produção de modelos que têm maior margem de lucro, estratégia não muito diferente da maioria de seus concorrentes, que em alguns casos chegam a recorrer a alternativas criativas e inusitadas.

As soluções mais comuns têm sido deixar carros semiprontos estocados no pátio, eliminar itens de série, rebaixar nível de sofisticação e até recorrer aos tribunais para não parar sua produção (leia mais aqui). Recentemente a Ford americana foi ainda mais ousada: está cogitando a ideia de enviar veículos inacabados para as concessionárias, que fariam a colocação dos microchips.

O segundo alerta, este ainda mais sombrio, veio um dia depois, numa entrevista do jornal The Wall Street Journal com Pat Gelsinger, CEO da Intel, um dos maiores fabricantes de processadores do mundo. O executivo disse que a escassez de microchips pode se estender até 2023. “Ainda temos um longo caminho a percorrer. Leva muito tempo para criar capacidade [de produção]”, comentou ele. “Nossas estimativas são de que vai demorar provavelmente dois anos para a indústria superar isso porque, como se diz, leva um tempo para criar capacidade de produção ou uma fábrica.”

Pelo jeito sua opinião não mudou em relação à declaração que deu em uma entrevista a uma TV americana, quando disse que a crise dos semicondutores não ia acabar tão cedo. “Temos alguns anos até que possamos atender a essa demanda crescente em todos os aspectos do negócio”, afirmou na época.

Estadão

Dez de 13 setores da indústria já retomaram a atividade pré-pandemia

Entre 13 dos mais importantes setores da indústria brasileira, 10 já retomaram ou superaram, nesta metade do ano, níveis de atividade que exibiam antes da chegada da covid-19 ao País (ver quadro). A produção de cimento, por exemplo, está 22% superior ao que registrava em 2019. No setor de papel, o crescimento é de 15% e no de plásticos, de 7,9%. A expectativa é que esses setores possam seguir acelerando, ancorados principalmente no avanço da vacinação, que pode elevar o consumo. Mas há algumas barreiras a serem superadas para que isso aconteça.

A maior preocupação é que uma nova cepa do vírus obrigue governos a novamente adotar medidas de isolamento, o que poderia ter efeito direto na esperada recuperação da economia. Mas há também os desafios da pressão de custos de matérias-primas e de energia elétrica, juros mais altos, desemprego e falta de componentes para a produção em alguns setores.

Pedro Renault, economista do Itaú Unibanco, diz que a tendência para o segundo semestre é de “normalização”, embora não plena, em vários segmentos. Para ele, parte da indústria está com atividade aquecida mais em razão de reposição de estoques do que por crescimento da demanda. Segundo ele, o consumo de bens duráveis, por exemplo, tende a diminuir em segmentos como o de eletroeletrônicos.

Renault também alerta para o aumento dos juros, que muda a capacidade de investimento das empresas e a do consumidor em se financiar. “Isso tende a tirar um estímulo da economia que está presente agora.” A taxa Selic está hoje em 4,25% ao ano. A projeção de economistas ouvidos pelo Banco Central no boletim Focus é de que termine o ano a 6,75%.

Fabio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) também vê um cenário positivo, “mas não dourado”, para o segundo semestre. Para ele, há vários obstáculos, como a alta do preço da energia, que deverá ser repassada às mercadorias. “A energia também corrói parcela significativa da renda do consumidor e sobra menos para o consumo.”

Demanda alta

Levantamento feito pelo Itaú Unibanco indica que entre os setores com desempenho acima do período pré-pandemia está o siderúrgico – com boa parte da demanda vinda da construção civil –, e o de embalagens que, por sua vez, movimentam a indústria de papel.

Na área da siderurgia, a produção de aço bruto cresceu 3,5% na primeira metade do ano ante igual período de 2019, com um total de 18 milhões de toneladas. No ano passado, com muitos fornos desligados nos primeiros meses da crise, foram produzidas 14,6 milhões toneladas.

A perspectiva inicial do setor para este ano inteiro era de alta de 6,7% na produção ante 2020, mas em maio o índice foi revisto para 11% e, neste mês, para 14%, o que daria 35,8 milhões de toneladas, informa Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil. Se confirmado, o volume será quase 10% superior ao de antes da covid-19.

“Consumo de aço e desenvolvimento econômico andam juntos, não é à toa que está se fazendo revisão de PIB pois, de fato, está ocorrendo uma recuperação”, diz Lopes. O Aço Brasil trabalha com a expectativa de alta de 5% na economia este ano.

Já a indústria de papel aumentou sua produção em 15% no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2019, numa soma de 1,99 milhão de toneladas, de acordo com dados da Associação Brasileira de Embalagens em Papel (Empapel). Parcela importante da demanda veio do crescimento de compras pelo e-commerce e o delivery de alimentos.

Componentes

Ao contrário dos fabricantes de aço, o setor automotivo está na lista dos mais distantes em retomar níveis de antes da pandemia. A produção de veículos está 21,8% abaixo dos números de 2019, com 1,15 milhão de unidades registradas na primeira metade do ano.

Renault, do Itaú Unibanco, pondera que a demanda por veículos está aquecida, mas há um gargalo no fornecimento de semicondutores que tem levado várias montadoras a interromperem a produção. Com isso, faltam veículos nas revendas. O modelo mais vendido no País atualmente, a picape Fiat Strada, tem fila de espera de três meses.

“Apesar da produção menor, o setor está conseguindo aumentar preços, preservando um pouco melhor as margens, e está priorizando a produção de veículos mais rentáveis”, diz Renault. Segundo ele, embora o volume produtivo esteja bem abaixo de 2019, a saúde financeira do setor não é tão preocupante.

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, entre 100 mil a 120 mil veículos deixaram de ser produzidos no primeiro semestre por causa da escassez de itens eletrônicos, o que ajuda a retardar a recuperação do setor. “Trabalhamos com período de três anos, mais ou menos, para voltarmos aos patamares de 2019.”

A Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla) diz que o setor pretendia comprar 800 mil veículos novos no decorrer do ano. Em razão das dificuldades de produção, a entidade acredita que no máximo 50% desse potencial será realizado, com compras entre 380 mil a 400 mil automóveis e comerciais leves.

Outro setor que enfrenta esse tipo de escassez, embora em menor escala, é o de eletroeletrônicos. Em junho, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), 46% das empresas relataram dificuldades em obter componentes eletrônicos vindos da Ásia, porcentual que chegou a 58% em abril. Ainda assim, de janeiro a maio o setor melhorou em 1,8% seu índice de produção ante igual período de 2019.

Folha de SP

Guedes quer Trabalho e Previdência de volta após saída de Onyx para eleição

Equipe econômica defende que novo ministério seja temporário e volte a estar sob seu guarda-chuva como secretaria em 2022

A decisão de transformar a secretaria de Previdência e Trabalho em um novo ministério, a ser liderado por Onyx Lorenzoni, deverá ser temporária, segundo plano traçado pelo time do ministro da Economia, Paulo Guedes, que hoje comanda a área.

Pela programação da equipe econômica, até o fim do governo, a pasta de Emprego e Previdência será novamente extinta e retornará ao guarda-chuva de Guedes. Mas ainda não há previsão de quando isso aconteceria, e se seria antes do resultado da eleição de 2022. A estratégia de desfazer o ministério dependerá de apoio político.

O presidente Jair Bolsonaro planeja uma troca de cadeiras na Esplanada dos Ministérios cujo objetivo é acomodar aliados políticos e selar a aliança com o centrão, grupo de partidos que dá suporte ao governo no Congresso, num momento de baixa popularidade do governo.

Nesse contexto, Onyx deverá ceder o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República. Para hospedá-lo temporariamente, Bolsonaro pretende recriar o Ministério do Emprego e Previdência, que foi fundido ao de Guedes.

Só que o projeto de Onyx, segundo integrantes do governo, envolve uma provável disputa ao governo do Rio Grande do Sul no próximo ano. Para isso, ele precisará deixar o posto até abril de 2022.

Técnicos do Ministério da Economia, então, dizem acreditar que ele ficará no cargo por cerca de oito meses. O plano pós-Onyx, elaborado pelo time de Guedes, ainda está em debate: ou o atual secretário de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, assume a função (também de forma temporária) ou a área já retornaria para a tutela do ministro da Economia a partir de abril.

Seja qual for o cenário, Guedes afirmou a aliados que a intenção é voltar o ministério de Emprego e Previdência para o status de secretaria até o fim do governo. A ideia é seguir a linha de enxugamento da máquina pública, defendida pelo ministro da Economia e o bunker liberal do governo.

Apesar desse planejamento, a nova pasta pode ser desejada por partidos políticos, e entrar numa disputa entre Guedes e o centrão. Onyx deve herdar cerca de 85% do orçamento atual de Guedes, que chega a R$ 724,8 bilhões. O Ministério do Emprego e Previdência se tornará a pasta com mais verba na Esplanada, e Guedes ficará com menos de R$ 100 bilhões.

O plano do Ministério da Economia também pode perder força e se mostrar inócuo caso Bolsonaro não seja reeleito. Nesse caso, o futuro da pasta dependeria do resultado das urnas. Na avaliação de integrantes do Palácio do Planalto e do Ministério da Economia, o movimento na Esplanada, que resultará no alojamento de Onyx em um novo ministério, foi necessário para tentar garantir apoio de partidos à agenda econômica que está em discussão no Congresso, como a reforma tributária e a privatização dos Correios.

Aliados de Bolsonaro contam com a recuperação da economia e o aumento nos gastos sociais, como reformulação do Bolsa Família, para que a candidatura dele à reeleição se torne mais competitiva. A criação de um novo ministério, porém, não é algo simples.

Em abril de 2019, quando o governo Bolsonaro completava 100 dias, Onyx era ministro da Casa Civil. Ele exaltou, entre outras coisas, que 21 mil cargos e funções comissionadas haviam sido extintos. Isso era parte da agenda de corte de despesas.

Agora, com o ressurgimento do Ministério do Emprego e Previdência, cargos e funções comissionadas precisam ser retomados. A equipe de Guedes ainda trabalha nesse levantamento. É um retrocesso do ponto de vista orgânico, mas um avanço do ponto de vista político, segundo a argumentação de integrantes da área econômica. Um ministério precisa ter uma estrutura mínima própria para funcionar, como departamentos de compras e licitações, além do arranjo para o gabinete de um ministro.

Em relação à agenda trabalhista e previdenciária, a equipe econômica não acredita que haverá mudanças bruscas. Onyx se mostrou disposto a analisar os projetos que já estavam em andamento. Além disso, ele tem a confiança de Guedes, pois já trabalhavam juntos desde a campanha presidencial de Bolsonaro, e quando Onyx assumiu a Casa Civil logo no início do governo.

O plano do Ministério da Economia é emplacar a permanência do quadro técnico da atual secretaria de Previdência e Trabalho. Com isso, Bianco se tornaria secretário-executivo de Onyx, e a linha dele e de Guedes —liberal e de reformulação de regras trabalhistas— não seria interrompida.

Enquanto prepara a MP (medida provisória) com as alterações, o ministro da Economia também já planeja mudanças na estrutura interna das secretarias que continuarão sob seu comando. A secretaria de Orçamento e a secretaria do Tesouro Nacional hoje estão abaixo da secretaria especial de Fazenda. A ideia é criar a secretaria especial de Orçamento e Tesouro. Ou seja, fundir as áreas e elevá-las de status.

A aliados, Guedes tem dito que a proposta visa maior alinhamento entre o setor que planeja os gastos públicos e o que cuida das despesas. Mas partidos que compõem o centrão continuam pressionando o governo para recriar o Ministério do Planejamento, cujas funções estão hoje dentro da Economia e envolvem o controle do Orçamento federal.

Integrantes do governo temem que o Congresso use a MP de remanejamento da estrutura ministerial para tirar mais poderes de Guedes. Mas membros da equipe econômica esperam que a articulação política do governo contenha essa pressão.

O centrão avalia que Guedes acumulou muitas áreas no Ministério da Economia. Além disso, há um desgaste na relação do Congresso com o titular da pasta, principalmente em relação a questões orçamentárias, como volume de emendas parlamentares e recursos para destravar a reformulação do Bolsa Família.

Em abril, para melhorar o diálogo com o Congresso, Guedes trocou o comando da secretaria especial de Fazenda, principal braço do Ministério da Economia e com atribuições em grande parte equivalentes às do antigo Ministério da Fazenda. Saiu Waldery Rodrigues e entrou Bruno Funchal, que deve continuar no cargo após a criação da secretaria especial de Orçamento e Tesouro.

Valor

Com manifestações, caminhoneiros ameaçam greve

Categoria afirma ter feito protestos contra aumento do diesel em 15 Estados e tenta articular paralisação

Grupos de caminhoneiros iniciaram ontem atos em protesto contra sucessivos aumentos no preço do óleo diesel no país. As manifestações também buscam garantir a cobrança do piso mínimo do frete. A mobilização começa a ser registrada após o CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas) convocar uma greve a partir deste domingo, quando é celebrado o Dia de São Cristóvão, padroeiro dos motoristas. Contudo, ainda não há clareza sobre a possibilidade de a paralisação ganhar corpo nos próximos dias.

As incertezas estão relacionadas ao fato de a categoria ser representada por entidades diversas no país. Nos últimos dias, o debate sobre uma eventual greve dividiu motoristas, já que nem todas as organizações manifestaram apoio ao movimento. No fim da tarde deste domingo, ainda era possível ler em grupos de WhatsApp da categoria mensagens indicando dúvidas sobre o início da paralisação.

O presidente do CNTRC, Plínio Dias, disse que caminhoneiros realizaram atos em pelo menos 15 Estados, incluindo Paraná, Rio Grande do Sul e Ceará, ao longo do dia. Segundo o dirigente, os motoristas estacionam seus veículos em postos de combustíveis localizados às margens das rodovias. Eles carregam faixas contra o aumento nos custos de transporte, mas não interrompem o tráfego nas estradas, afirmou.

Ele acredita que a mobilização tenda a ganhar corpo no início da semana, dando sustentação para uma greve. Dias, contudo, evita projetar quantos participantes o movimento poderia somar nos próximos dias. “A categoria está achando um absurdo o aumento do combustível. Tem a questão do frete também”, declarou Dias.

A categoria deseja o fim do chamado PPI (Preço de Paridade de Importação) no cálculo dos combustíveis vendidos pela Petrobras. Essa política acompanha as variações de preços no mercado internacional e é afetada pelo dólar. Em nota, na semana passada, o Ministério da Infraestrutura disse que CNTRC “não é entidade de classe representativa para falar em nome do setor do transporte rodoviário de cargas autônomo e que qualquer declaração feita em relação à categoria corresponde apenas à posição isolada de seus dirigentes”.

Os caminhoneiros também desejam a fiscalização dos preços de frete, que são tabelados e contam com um nível mínimo desde 2018, quando o então presidente Michel Temer (MDB) atendeu a essa demanda. Ainda hoje, a medida aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

Carlos Alberto Litti Dahmer, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), apoia a greve. Ele menciona que parte da categoria já começou a se mobilizar neste domingo e aposta em um crescimento dos atos a partir de hoje. Em São Paulo, caminhoneiros da Baixada Santista decidiram aderir à paralisação após reunião de autônomos no sábado. Motoristas do Vale do Paraíba, em cidades como São José dos Campos e Pindamonhangaba, também afirmaram que devem protestar na segunda pela manhã.

No Nordeste, motoristas começaram algumas paralisações no fim da tarde de domingo. Em Brejo Santo (CE), caminhoneiros colocaram pneus na estrada para sinalizar a parada. Algumas entidades decidiram não aderir, apesar de apoiarem as pautas. A Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), comandada por Wallace Landim, o Chorão, um dos líderes da greve de 2018, diz que a pauta não é só dos caminhoneiros, mas de toda sociedade.

Valor

Manifestantes voltam às ruas dos 26 Estados e DF contra Bolsonaro

Além de impeachment, pedidos de aumento no valor do auxílio emergencial

O globo Milhares de manifestantes voltaram às ruas no sábado em várias cidades do país para protestar contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), sobretudo na gestão da pandemia. Houve protestos nos 26 Estados e no Distrito Federal, incluindo todas as capitais, e em pelo menos 120 municípios. Também ocorreram atos em 11 países. Enquanto isso: Bolsonaro fez um passeio de moto pelo Distrito Federal e, sem máscara, tirou fotos com moradores.

Entre as reivindicações, estavam o impeachment do presidente, mais celeridade no plano de vacinação e aumento do valor do auxílio emergencial, que hoje varia entre R$ 150 a R$ 375. No ato do Rio de Janeiro, também houve críticas às suspeitas de corrupção envolvendo militares e integrantes do Centrão no Ministério da Saúde que são investigados na CPI da Covid. Frases como “Fora, Bolsonaro”, gritos como “Vacina no braço e comida no prato” foram entoadas nos atos, que foram programados em meio a mudanças na estrutura do governo e acusações de corrupção na compra de vacinas.

Os protestos ocorreram de forma pacífica, com a maioria dos manifestantes usando máscara como medida de proteção contra a covid-19. Em alguns momentos, porém, houve aglomerações, apesar dos alertas sobre distanciamento social. Convocado por movimentos sociais, centrais sindicais e partidos de esquerda como PT, PDT, PSB e Psol, o protesto no Rio contou com a presença de políticos e artistas.

Na capital paulista, manifestantes reuniram-se em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Apesar de ocuparem seis quarteirões da avenida, os próprios organizadores do ato reconheceram que o número de presentes foi menor do que em protestos anteriores.

O líder do Movimento Acredito no Estado de São Paulo, Marco Martins, destacou que o ato do sábado deu um primeiro passo rumo à unificação daqueles que defendem o impeachment de Bolsonaro. Pela primeira vez, os organizadores reuniram, em um carro de som, todos os partidos do Bloco Democrático, que inclui siglas como PCdoB, PSDB, PDT, Cidadania, Solidariedade, além dos movimentos Acredito e Livres.

Assim como nas manifestações anteriores, muitos presentes levaram bandeiras e cartazes criticando o governo Jair Bolsonaro e a gestão do combate à pandemia da covid-19 pelo presidente. Houve também defesa do voto eletrônico, da Floresta Amazônica e reivindicação de auxílio emergencial no valor de R$ 600.

Folha de SP

Deserto da 3ª via entre eleitores contrasta com euforia dos partidos, que trabalham mais de dez nomes

Ciro é lembrado por 2% no Datafolha, muito atrás de Lula e Bolsonaro; outros pré-candidatos não são citados espontaneamente

Forças políticas já lançaram pelo menos dez pré-candidatos para a chamada terceira via na eleição presidencial de 2022, mas os resultados da mais recente pesquisa do Datafolha mostram que quase nenhum dos nomes passa pela cabeça dos eleitores.

O levantamento, que confirmou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (sem partido) à frente nas intenções de voto, expôs a dificuldade dos presidenciáveis que tentam romper a polarização entre os dois. Por outro lado, há também dados que animam os esperançosos de uma alternativa.

O único nome citado espontaneamente que obteve percentual significativo foi Ciro Gomes (PDT), que alcança um patamar de 2% —enquanto Lula chega a 26% e Bolsonaro, a 19%. João Doria (PSDB), Eduardo Leite (PSDB) e Luiz Henrique Mandetta (DEM), que foram testados em cenários estimulados pelo Datafolha, não pontuam na etapa da pesquisa em que os eleitores são questionados diretamente em quem votariam, sem a sugestão de nomes.

Uma fatia de 2% deu outras respostas. As menções incluem desde aspirantes que desistiram da corrida, como o apresentador Luciano Huck (sem partido) e o empresário João Amoêdo (Novo), até afirmações genéricas, como “sempre o PT” e “no mesmo que está”.

Dentro do recorte dos 2% também surgiram declarações esparsas de voto no ex-juiz Sergio Moro e no apresentador Danilo Gentili, ambos sem filiação partidária e sem movimentações concretas por candidatura —embora estejam sendo incentivados a isso e não descartem a hipótese.

“Datena” foi outra resposta registrada, em referência ao apresentador José Luiz Datena, que o PSL quer lançar ao Planalto. Quando a pesquisa foi feita, nos dias 7 e 8 de julho, o comunicador tinha acabado de assinar a filiação e ainda não havia anunciado em público a possibilidade de concorrer.

Isolados na dianteira das pesquisas, Lula e Bolsonaro desdenharam nos últimos dias da chance do surgimento de um candidato que possa derrotá-los. O petista disse que “terceira via é uma invenção dos partidos que não têm candidato”, enquanto o atual presidente afirmou que “não vai dar certo” porque “o povo não engole isso aí” de caminho do meio: “Existe uma passagem bíblica que diz: seja quente ou seja frio, não seja morno”.

Dirigentes partidários, analistas e outros operadores políticos empenhados em contradizer os atuais líderes das sondagens afirmam que a disputa não está decidida e que interessa a ambos fomentar o antagonismo entre eles.

Elementos da pesquisa Datafolha são usados para fundamentar a tese de que é possível virar o jogo. Primeiro: os altos patamares de rejeição. Chega a 59% o índice dos que afirmam que não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro. No caso de Lula, a taxa é de 37%.

Outro fator recorrentemente citado é a parcela de 42% dos entrevistados que, no questionário espontâneo, diz não saber em quem pretende votar. Esse grupo, no entanto, diminuiu em relação ao levantamento anterior, de maio, quando era de 49%.

Como parte do esforço para evitar que a construção de um caminho alternativo desmorone, líderes de partidos como PSDB, DEM, MDB, PSL, Cidadania e Podemos defendem um afunilamento até 2022, a fim de impedir a pulverização de votos entre candidatos do chamado centro.

A avaliação é a de que a repetição de um cenário como o da eleição de 2018, que contou com 13 candidatos, acabaria favorecendo Lula e Bolsonaro, já que a fragmentação dificultaria a ascensão de um nome suficientemente forte para fazer frente a eles. O ex-presidente petista, que já falou que “essa história da terceira via é uma piada”, disse também que “seria importante que todos os partidos lançassem candidato e testassem sua força”.

Como mostrou a Folha, o grupo de presidenciáveis que publicou em março um manifesto pró-democracia, em reação ao risco de ruptura institucional sob Bolsonaro, acabou se esfacelando. Dos seis autores, dois (Huck e Amoêdo) saíram do páreo, e os demais seguiram outros rumos.

Por outro lado, desde o lançamento do documento, o espectro de conversas partidárias se ampliou. Um grupo de presidentes de nove legendas (PSL, MDB, PSDB, DEM, Solidariedade, Podemos, Novo, Cidadania e PV) se aproximou para discutir eventual aliança, mas os empecilhos ainda são muitos.

O PSD corre por fora, com a insistência de seu presidente, Gilberto Kassab, em tirar do DEM o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e filiá-lo para ser o presidenciável da sigla, reunindo setores que não orbitam em torno dos dois principais concorrentes.

O PDT de Ciro também trilha uma jornada própria, na expectativa de que o ex-ministro ganhe impulso partindo do patamar levemente superior em que se encontra e acabe atraindo por força gravitacional legendas que também se recusam a abraçar Lula ou Bolsonaro.

Ao ver os números do Datafolha, Ciro foi ao Twitter comemorar “uma significativa movimentação positiva da pré-candidatura” e ressaltou um dado das simulações de segundo turno: em um eventual embate com Bolsonaro, ele teria 16 pontos de vantagem (50% a 34%).

Embora tenha a seu favor a relativa unidade do partido e uma pré-campanha estruturada —inclusive com marqueteiro, o ex-publicitário do PT João Santana—, o pedetista precisaria quebrar a resistência de outros atores da centro-direita à sua veia esquerdista e à fama de destemperado.

O perfil considerado pouco agregador é um obstáculo que pesa também para Doria. Outrora tido como nome natural do PSDB, o governador de São Paulo encara hoje o processo de prévias de seu partido, diante de três rivais internos (Leite, Tasso Jereissati e Arthur Virgílio).

“O sonho do Lula é disputar eleição apenas com o Bolsonaro. O sonho do Bolsonaro é disputar eleição apenas com o Lula. E o sonho dos brasileiros é que os dois percam a eleição”, escreveu Doria no Twitter, dias atrás. “Não adianta serem contra, a melhor via devolverá a esperança aos brasileiros.”

Para o cientista político e fundador do Centro de Liderança Pública, Luiz Felipe d’Avila, que prega a terceira via e há meses faz entrevistas e debates com potenciais candidatos, o quadro geral vai desanuviar até o primeiro trimestre de 2022 e será possível chegar a um entendimento.

“A candidatura do centro democrático precisa se mostrar politicamente viável. Precisa ter rosto e ideias, para isso reverberar nas pesquisas. E, do ponto de vista de articulação, precisa ser liderada por alguém que tenha bom trânsito nos demais partidos, consiga aglutinar.”

Na visão dele, a performance dos candidatos desse setor no Datafolha é reflexo da alta pulverização. A mais de um ano do pleito, com tantos nomes ventilados, parte do eleitorado tem dificuldade em saber quem efetivamente será candidato e quais são as propostas, avalia d’Avila.

“A tendência é que Bolsonaro derreta e que isso abra canal para um candidato de centro”, segue ele, que é ex-filiado do PSDB e chegou a disputar as prévias da sigla para governador paulista em 2018, ao fim vencidas por Doria.

Também engajado nas costuras, e perto de se cacifar como pré-candidato do DEM ao Planalto, Mandetta minimiza o desempenho pífio dele e dos concorrentes de seu campo. Para o ex-ministro da Saúde, há “uma margem para crescer muito grande”.

“Vamos conviver com a alta quantidade de nomes até o fim do ano. É legítimo os partidos terem seus postulantes. Mais perto da data, acredito que começará a haver as confirmações de caminhos, e as alianças acontecerão”, projeta.

Mandetta considera positiva a convergência do grupo de nove partidos em torno de pautas, com posicionamentos conjuntos contra o projeto que muda o Imposto de Renda e a proposta do voto impresso. “A única coisa que defendo é que não fragmente, senão dá Lula e Bolsonaro”, diz.

Possíveis candidatos da chamada terceira via para 2022

Ciro Gomes – É quem tem a pré-candidatura mais avançada e maior apoio do próprio partido, o PDT

João Doria, Eduardo Leite, Tasso Jereissati e Arthur Virgílio – Disputam as prévias do PSDB, em novembro

Luiz Henrique Mandetta – É pré-candidato do DEM a presidente, mas também visto como um bom vice

Rodrigo Pacheco – Hoje no DEM, é desejado pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, para se candidatar

Simone Tebet – Senadora tem o apoio de alas do MDB e ganhou força com atuação na CPI da Covid

Sergio Moro – Distante do debate e sem filiação, ainda é assediado por partidos como o Podemos

José Luiz Datena – Foi lançado pelo PSL, mas já disse preferir tentar o Senado por SP

Danilo Gentili – Sem filiação, humorista é estimulado pelo MBL (Movimento Brasil Livre)´

Folha de SP

PT quer reforçar segurança de Lula contra atentados na campanha de 2022

Temor de ataque de bolsonaristas ou milicianos é discutido discretamente no partido

O PT está discutindo um reforço na segurança de Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha eleitoral que o ex-presidente quer disputar para tentar voltar ao Palácio do Planalto em 2022. O tema é debatido discretamente, por suas implicações óbvias, embora a motivação seja relativamente evidente: a radicalização presumida no ambiente político e a natureza de alguns apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

Não é segredo para ninguém que uma parcela expressiva da base bolsonarista é entusiasta de armas como o presidente e, em alguns casos, preconiza o uso da violência. Além disso, as relações do grupo político com milicianos e setores mais radicais de polícias estaduais é notória.

Não é uma preocupação só à esquerda, claro. O próprio Bolsonaro foi ferido a faca em 2018 por um ex-integrante do PSOL que foi diagnosticado como doente mental. O atentado contra o então candidato é visto como um marco para as campanhas eleitorais no pós-redemocratização, que no Brasil sempre tiveram no corpo a corpo um fator essencial para a construção imagética da associação entre a candidatura e a população.

Segundo a Folha ouviu de dirigentes petistas, a ideia era de fazer o reforço já agora, na pré-campanha, mas Lula vetou a hipótese. Em um país com histórico de violência política, como ex-presidente, ele tem uma escolta de quatro agentes da Polícia Federal e dois motoristas com carros oficiais.

Mas usualmente a segurança dos eventos a que comparece fica a cargo da organização local, seja um sindicato ligado à CUT (Central Única dos Trabalhadores) ou a grupos como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

Na viagem que Lula fará ao Nordeste, que deve começar no dia 8 de agosto, a logística de segurança inicialmente estará a cargo desses apoiadores. O mesmo acontecia em campanhas, embora o atentado contra Bolsonaro tenha mudado o jogo em 2018 —o número de agentes da PF por candidato que os requisitasse chegou a cerca de 25 em dias de atividades de rua mais intensas.

O temor de ser alvo de algum apoiador do outro lado do espectro político ficou mais intenso após a caravana de ônibus que acompanhava Lula pelo Sul do país em 2018 ter sido alvo de tiros, num episódio em que ninguém foi ferido. O ex-presidente lidera as pesquisas de intenção para a Presidência neste momento. Segundo o Datafolha, o petista teria 46% ante 24% de Bolsonaro em um primeiro turno.

Se for profissionalizar a segurança de Lula, o PT terá de colocar a mão no bolso. Estimativa de empresas de segurança colocam um esquema topo de linha, com vários agentes por turno, coletes à prova de bala, veículos blindados e comunicação de ponta, em torno de R$ 500 mil mensais.

Naturalmente, há um pouco de tudo a depender do pacote a ser adotado, que também depende do perfil do cliente: no caso de Lula e Bolsonaro, um pesadelo de logística, dado que ambos são políticos que trabalham à exaustão o uso de imagens deles entre o proverbial povo.

No caso do presidente, o serviço é feito pelo Gabinete de Segurança Institucional, que não divulga números de efetivo ou gasto por operação, que incluem deslocamentos em aeronaves oficiais. Um militar que trabalhou no órgão diz que até 50 homens são mobilizados para a proteção específica do presidente, a depender da exposição.

O fato de Bolsonaro já ter sofrido um atentado o faz usar constantemente coletes de proteção e até o capacete que ele usa nos passeios de moto que promove é, segundo ele, à prova de tiros de fuzil.​

Folha de SP

Nas redes, Queiroz reclama de aliados de Bolsonaro e diz que ‘metralhadora está cheia’

Ex-assessor de Flávio poupa Bolsonaro, mas se queixa de amigos do presidente, como deputado

Apontado com operador de esquema da rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) na Assembleia do Rio, o policial aposentado Fabrício Queiroz se queixou, neste domingo (25), nas redes sociais, do afastamento de aliados do presidente Jair Bolsonaro. Consolado por um amigo, Queiroz escreveu: “minha metralhadora tá cheia de balas. kkkk”, com um emoji do doce.

Na rede, Queiroz reproduziu uma fotografia publicada três anos atrás na página do hoje deputado Hélio Lopes (PSL-RJ), que é próximo do presidente.

Na postagem, o hoje presidente e então deputado federal Jair Bolsonaro posa ao lado de Queiroz, de Hélio Lopes, do assessor especial da Presidência da República Max Guilherme Machado de Moura e do advogado Fernando Nascimento Pessoa, assessor parlamentar do gabinete de Flávio Bolsonaro no Senado.

Na fotografia reproduzida por Queiroz, o quinteto está no Maracanã. E, com a mão direita, Bolsonaro faz o gesto conhecido como hang loose. Queiroz comenta: “É ! faz tempo que eu não existo pra esses 3 papagaios aí ! (águas de salsichas) literalmente!!!Vida segue ….”

Em resposta a dezenas de comentários, o ex-assessor parlamentar de Flávio fez questão de presevar o presidente. Questionado se defenderia o impeachment de Bolsonaro, escreveu: “Defendo Lula na prisão. Bolsonaro até 2026!”.

Diante da repercussão de seu post, Queiroz tentou minimizar danos, argumentando ser uma estratégia para identificar petistas infiltrados em sua página, que é aberta. “Coloquei uma isca no Facebook, consegui pegar vários PTralhas inflitrados entre meus amigos. Bolsonaro 2022!!”

À noite, as postagens do policial aposentado feitas durante o domingo saíram do ar.

Segundo a página do Senado, Pessoa ocupa cargo comissionado no gabinete de Flávio Bolsonaro. Em maio, seu vencimento líquido foi de R$ 16.958,38 líquidos. Ele já assessorou Bolsonaro na Câmara dos Deputados e Flávio na Alerj, sendo alvo de investigação do esquema de rachadinhas.

Ex-policial do Bope (Batalhão de Operações Especiais da PM do Rio), Max Guilherme Machado de Moura prestou serviço de segurança a Bolsonaro, inclusive na disputa presidencial de 2018. Como assessor especial da Presidência, integrou comitiva oficial a Israel para negociação de tratamento contra Covid-19.

Queiroz é investigado por participação em suposto esquema de “rachadinha” (devolução de salários) na Assembleia, no gabinete do então deputado estadual e hoje senador. Apontado pelo Ministério Público como operador do esquema, chegou a ser preso no ano passado. Mas conseguiu a revogação posteriormente.

Flávio foi denunciado em 2020 pelo Ministério Público do Rio de Janeiro sob acusação de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A denúncia afirmava que os recursos da “rachadinha” circularam prioritariamente por meio de dinheiro vivo. Segundo a acusação, um meio de lavagem de dinheiro foi a aquisição de imóveis.

Neste ano, o Superior Tribunal de Justiça decidiu anular a quebra de sigilo bancário e fiscal do senador, invalidando parte da investigação. Os dados mostravam que Queiroz recebeu depósitos de 12 ex-assessores do hoje senador. O Ministério Público do Rio de Janeiro recorreu. O filho do presidente sempre negou ter cometido crimes e questiona judicialmente a legitimidade da investigação feita.