CNI E IBGE apontam crescimento da indústria em setembro

A produção e o faturamento industrial continuam em alta

A produção industrial brasileira acumula alta de 6,5% no ano e de 6,8% nos últimos 12 meses, até setembro, informou nesta terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A atividade cresceu 9,8% na comparação com setembro do ano passado.

Os resultados da produção industrial de setembro mostram que o setor “mantém a trajetória ascendente da atividade produtiva”, segundo observam os técnicos do IBGE no documento de divulgação da pesquisa. Segundo o documento, os resultados prosseguem “sustentados pelo desempenho do setor de bens de capital, que sinaliza investimentos na capacidade produtiva, e pelo dinamismo da demanda doméstica, em linha com as estatísticas recentes do comércio varejista e da evolução do emprego e da renda.”

Faturamento também cresce em setembro
Segundo a pesquisa mensal do setor realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), o faturamento cresceu 10,2% em relação ao mesmo mês do ano passado e 2% entre agosto e setembro (dado dessazonalizado, que não considera fatores específicos do período).

No dado mensal sem o ajuste sazonal apontou expansão de 5,2% em relação a agosto. Entre janeiro e setembro, houve uma expansão de 8% no faturamento.

De acordo com a CNI, os resultados sem ajuste foram influenciados também pelo número de dias úteis. Setembro deste ano teve três dias úteis a mais de setembro do ano passado e um dia a mais em relação ao mês de agosto deste ano.

Entre os setores, os melhores resultados no ano ficaram com outros equipamentos de transporte (32,3%), veículos automotores (+23,2%) e máquinas e equipamentos (+23,1%). Os dois últimos, somados a refino de álcool, responderam por 62% do crescimento do faturamento total da indústria. Na outra ponta, tiveram queda os setores de madeira (-10,5%) e produtos químicos (-8,8%).

Efeito calendário
A economista da coordenação de indústria do IBGE, Isabella Nunes, ressaltou que o crescimento de 2,7% apurado na produção no terceiro trimestre ante o segundo trimestre é o melhor resultado para um terceiro trimestre, ante trimestre imediatamente anterior, apurado pelo IBGE desde 2004.

O efeito calendário teve um reflexo importante nos resultados da produção industrial em setembro ante igual mês do ano passado, segundo ressaltou Isabella Nunes. No entanto, segundo ela, o crescimento nessa base de comparação seria forte mesmo sem esse efeito, ancorado nos bens de capital e na demanda doméstica.

Isabella fez “um exercício” na tentativa de eliminar o efeito calendário no resultado da indústria e calculou o aumento na produção em setembro ante igual mês do ano passado com ajuste sazonal (o que só ocorre, na metodologia do IBGE, nos dados comparativos a mês anterior). Neste caso, segundo ela, a produção cresce 7,3%, ou seja, fica abaixo do resultado de 9,8% apurado sem ajuste (e que é o resultado oficial), mas mostra que a expansão da indústria seria vigoroso mesmo se setembro deste ano não tivesse apresentado mais três dias úteis do que igual mês de 2007.

Expansão de qualidade
O índice de difusão da produção industrial de setembro mostra que 65,4% dos produtos pesquisados mostraram crescimento ante setembro do ano passado. A economista da coordenação de indústria do IBGE, Isabella Nunes disse que o índice é elevado e “garante uma qualidade” da expansão industrial. Na média de janeiro a setembro de 2008, o índice de difusão é de 60,7%.

Entre as categorias pesquisadas, o maior índice de difusão em setembro foi apurado em bens de consumo duráveis (76,2%), seguido por bens de capital (72,2%), bens de consumo semi e não duráveis (64,6%) e bens intermediários (63,2%).

Segundo Isabella, o efeito calendário que teve forte impacto nos dados de setembro influenciam mais as categorias que não têm produção contínua, como bens de consumo, e menos os setores que não têm parada na produção em domingos ou feriados, como metalurgia básica, por exemplo.

Da Redação, com agências