CNI indica melhora na atividade industrial em setembro

A indústria apresentou sinais positivos em suas atividades no mês de setembro, como o ajuste de estoques de produtos finais ao nível planejado, após cinco meses de excesso, a estabilidade da produção, a diminuição do nível de insatisfação dos empresários com as margens de lucro e o otimismo do setor para os próximos meses, que se manteve estável.

Dados da Sondagem Industrial de setembro, divulgada ontem (22) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), indicam que o desempenho da indústria melhorou no mês passado. Segundo o gerente de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, a melhoria “abre espaço para responder a eventuais aumentos da demanda com aumentos da produção industrial”.

Para ele, outro fator de destaque é que o problema da falta de demanda perdeu importância para as empresas industriais, caindo de 32,8% no segundo trimestre para 28,5% de menções na pesquisa do terceiro trimestre. De acordo com a Sondagem Industrial, o principal problema continua sendo a elevada carga tributária, com 61,5% de citações pelos empresários, seguido pela competição acirrada de mercado (36,4%) e custo da matéria-prima (35%).

Pela primeira vez desde abril deste ano, a indústria opera sem excesso de estoques, com um indicador de 49,8 pontos em setembro, abaixo da linha divisória de 50 pontos. A produção ficou em 50,3 pontos em setembro, mantendo-se estável, conforme a avaliação da CNI. Ao mesmo tempo, o índice de satisfação com as margens de lucro aumentou de 42,2 pontos em junho para 45,7 pontos em setembro, “o maior valor desde o quarto trimestre de 2011”.

A expectativa dos empresários da indústria quanto à demanda nos próximos seis meses continua positiva, embora menos favorável do que em meses anteriores. O índice recuou de 59,4 para 56,6 pontos, mas permanece acima da linha divisória de 50 pontos. Quanto ao crescimento das exportações, “os empresários perderam parte do otimismo”, diz o documento – o índice de expectativa de evolução do volume exportado recuou de 53,5 para 51,5 pontos. Para outubro, “a expextativa ainda é de crescimento, mas menos intenso que o de setembro”, diz a sondagem.

Quanto às margens de lucro, a insatisfação diminuiu no terceiro trimestre, destacam os analistas da CNI. O índice subiu de 42,2 pontos, o menor valor desde 2009, para 45,7 pontos, o maior desde o quarto trimestre de 2011, embora permaneça abaixo de 50 pontos. Houve também queda na insatisfação dos empresários com a situação das suas companhias no terceiro trimestre do ano. O índice de satisfação nesse item continua abaixo dos 50 pontos: ficou em 49,2 pontos, interrompendo uma sequência de duas quedas consecutivas.

Da Agência Brasil