CNM-CUT completa 25 anos e reforça compromisso e solidariedade de classe
(Foto: Edu Guimarães)
Um polo aglutinador que reúne mais de 80 sindicatos filiados no País e 800 mil metalúrgicos, a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, completa hoje 25 anos. Estruturada inicialmente como Departamento Nacional, em 1989, ganhou o status de Confederação em 23 de março de 1992, após o 2º Congresso Nacional dos Metalúrgicos da CUT.
“A Confederação foi fundada num momento crucial para a classe trabalhadora, quando o modelo neoliberal e a globalização econômica se intensificaram em todo o mundo. A entidade, sabendo dos desafios que este modelo apontava para a organização sindical e para a defesa dos direitos trabalhistas, passou a exercer um papel fundamental para a categoria”, lembrou o presidente da Confederação, Paulo Cayres, o Paulão.
Com o apoio de entidades internacionais, a CNM-CUT investe em programas de formação sindical, como os projetos voltados às mulheres e à juventude metalúrgica, que foram implantados nos primeiros anos de atividade. Mais recentemente, tem ganhado força a política de combate ao racismo, com programas de formação levados a todas as regiões do Brasil.
“Olhando para todo este caminho percorrido ao longo dos 25 anos, há motivos de sobra para nos orgulharmos de tudo o que foi feito até aqui e do papel
exercido por todos metalúrgicos que integraram as direções da entidade desde a sua fundação, sem falar do apoio e do compromisso de cada sindicato e federação em contribuir para viabilizar o sonho da unidade da categoria, com respeito e, acima de tudo, solidariedade de classe”, concluiu.
Referência internacional
A Confederação é hoje referência para o movimento sindical internacional e, ao mesmo tempo em que comemora conquistas, tem pela frente diversos desafios. Um deles, de acordo com o coordenador do Coletivo Nacional de Relações Internacionais da CNM-CUT, Maicon Michel Vasconcelos da Silva, é articular mundialmente os trabalhadores para enfrentar os ataques da extrema direita e sua agenda global.
“Os trabalhadores de todo o mundo precisam se organizar para garantir seus direitos e brecar a escalada da extrema direita que vai cortar direitos e jogar os trabalhadores em uma situação de precariedade no trabalho o que é muito ruim socialmente”.
O coordenador destacou a importância de iniciativas como o Curso Internacional de Formação de Formadores para brasileiros e alemães, cuja primeira etapa foi realizada na sede da Confederação, e que tem como objetivo justamente fundamentar esse debate no chão da fábrica.
“É preciso pensar como podemos ser solidários aos trabalhadores de outros países. Hoje no sindicalismo se pauta as condições de trabalho, a melhoria salarial, mas é preciso pensar a cadeia global de valor. Se a precarização está na cadeia global, de alguma forma vai entrar no seu posto de trabalho, mesmo você sendo organizado”, analisou.
Maicon também fez questão de destacar a relevância dos acordos coletivos nacionais por empresa ou categoria que evitam a evasão de empresas e garantem um nivelamento de direitos e que só são possíveis graças à articulação internacional. “Se temos um contrato coletivo nacional estabelecendo piso, condições de trabalho, garantindo a livre organização dos trabalhadores, conseguimos a partir daí lutar contra a precarização do trabalho”.
Da Redação