Cofap adota estratégia errada e trabalhadores pagam o pato

Os trabalhadores na
Magnetti Marelli/Cofap, em
São Bernardo, fizeram uma
paralisação na manhã de
ontem em protesto contra
as 110 demissões efetuadas
na terça-feira.

Com o ato, a direção
da empresa foi a Sede do
Sindicato para negociar um
pacote aos demitidos, que
prevê um valor fixo a ser
pago em duas parcelas na
homologação, PLR integral
nas datas já fixadas, convênio
médico até 28 de fevereiro
e garantia de emprego
aos demais companheiros
até o final de dezembro.

A negociação conseguiu
também a suspensão
de outras 40 demissões que
estavam programadas para
o mês que vem.

A proposta foi aprovada
pelos trabalhadores
em assembléia realizada no
início da tarde. “O pacote é
uma forma de minimizar as
dificuldades que os companheiros
têm em momentos
tão difíceis como estes”, explica
Juarez Barros, o Buda,
diretor do Sindicato.

Buda conta que o pessoal
está indignado, pois
num momento tão bom
para o Brasil, de crescimento
econômico e geração de
emprego, uma aposta errada
da empresa recaia sobre a
parte menos favorecida.

“A fábrica concentrou
suas vendas para a GM
norte-americana. Como a
montadora está em crise,
cortou pedidos e reduziu a
produção a um terco aqui na
fábrica de São Bernardo”,
explicou o dirigente.

Segundo ele, os trabalhadores
alertaram a fábrica
para diversificar os negócios
e os investimentos.

“Agora, os mais prejudicados
são os próprios trabalhadores,
que não têm responsabilidade
algum sobre o
erro e por esta crise”.