Coletivas na Scania confirmam retomada no setor de caminhões
Cerca de 3 mil companheiros não trabalham por 20 dias para a empresa adequar as linhas de montagem e atender ao aumento da demanda do mercado.
Cerca de três mil trabalhadores na Scania, em São Bernardo, o que representa 75% da montadora, entraram em férias coletivas segunda-feira por 20 dias para adequação da linha de montagem.
Os ajustes serão feitos nas linhas de caminhões, ônibus e motores com o objetivo de reestruturar a produção para atender o aumento da demanda de mercado.
Segundo o diretor executivo do Sindicato e membro do Sistema Único de Representação (SUR) na empresa, Daniel Calazans, a expectativa é que sejam produzidas neste ano 28 mil produtos.
“Em 2012 tivemos um ano atípico, com baixa produção”, lembrou. “Esse ajuste significa um aumento de mais de 50% da produção”, continuou.
Recorde
Para o coordenador geral do SUR, Vânio da Silva Guedes, outro dado importante é a comparação com o ano de 2011. “É uma projeção extremamente positiva, que supera aquele ano, quando batemos recorde fabricando 26,7 mil produtos”, lembrou. O bom momento do mercado de caminhões também reflete diretamente nas contratações da Sca¬nia, como explica o representante do CSE, Carlos Caramelo.
“Podemos avaliar o crescimento do setor de caminhões no Brasil nos últimos dez anos, pelo nível de empregos na Scania, que praticamente dobrou”, comemorou.
Ação do Sindicato foi decisiva para a retomada no setor
A retomada no setor de caminhões teve ação decisiva do Sindicato, que pressionou o governo federal a adotar medidas que incentivassem o mercado para fazer frente às exigências da nova política de emissão de poluentes.
“As mudanças na lei de redução de poluentes fez com que os motores ficassem mais caros e isso derrubou as vendas no ano passado”, analisou o presidente do Sindicato, Rafael Marques.
Juros negativos
Segundo ele, foi a ação dos Metalúrgicos do ABC que obrigou o governo federal a tomar medidas para estimular o setor de caminhões e ônibus.
“Não ficamos esperando o pior, que seria a demissão em massa na região. Ao contrário, fomos várias vezes a Brasília e garantimos incentivos fiscais e até juros negativos para o setor de caminhões”, concluiu o presidente.
Da Redação