Coletivo das Metalúrgicas do ABC participa do 8 de março na Paulista com companheiros da categoria

Tradicional ato reuniu milhares de pessoas, mulheres e homens, por uma sociedade mais justa e igualitária

O ônibus saiu lotado da frente do Sindicato, na tarde do último dia 8, rumo à avenida Paulista na tradicional manifestação do Dia Internacional da Mulher. Companheiras e companheiros de diversas fábricas da categoria metalúrgica partiram juntos para reforçar as lutas por igualdade salarial, respeito, democracia e pelo fim da violência contra mulher.

O ato, convocado por uma frente ampla de organizações de mulheres, entre elas a CUT, federações e sindicatos, partidos políticos, como PT, PSOL, PCdoB e PSTU, além da Marcha Mundial de Mulheres, Movimento Negro Unificado, entre outras, reuniu milhares de pessoas por uma sociedade mais justa e igualitária.

A coordenadora do Coletivo das Mulheres Metalúrgicas do ABC, Andréa de Sousa, a Nega, contou que foi decido pelas integrantes ter uma cota de participação masculina no ato e explicou o porquê. “Enquanto ficarmos só entre nós, até podemos avançar, mas não vamos chegar onde queremos, por isso tomamos a decisão de ter cotas para os companheiros estarem junto com a gente nessa luta. Já que somos de uma categoria majoritariamente masculina, eles precisam estar inseridos nessas pautas”.

Andrea ressaltou que a data não deve ter cunho comercial, mas sim o mote de luta. “Participar do ato na Paulista é um marco simbólico, é o dia de afirmarmos nossas lutas, não é data para ganhar flores ou parabéns, estamos tentando fazer essa desconstrução. O 8 de março é marco histórico, para relembrar as lutas passadas, celebrar avanços e fazer cobranças porque ainda temos muito o que avançar”.

“Precisamos colocar nossas vozes nas ruas, é nas ruas que conquistamos direitos. Chega de machismo! Chega se violência! Trocamos todas as flores e presentes por respeito”, completou.

Lugar de mulher
A diretora executiva da FEM/CUT (Federação Estadual do Metalúrgicos da CUT) e CSE na Legas, Aparecida Maria de Melo Santos, a Cida, ressaltou o poder da união. “Ali estávamos unidas numa só voz gritando bem alto para quem quisesse ouvir que lugar de mulher é onde ela quiser estar. Estivemos com os nossos companheiros juntos mostrando que quando uma mulher avança, o homem não retrocede, ele avança também. Nosso objetivo é para que tenhamos um país mais justo para todas as mulheres, as mulheres que estão aqui na luta e as mulheres que virão”.

“Foi um ato lindo, onde pudemos mostrar para o mundo que nós não desistimos, estamos mais unidas do que nunca e todas estamos de mão dadas para alcançar nossos objetivos, para não retroceder nos nossos direitos e ter voz. E essa voz ser escutada da forma que precisa ser escutada, com respeito, concluiu.

Solidariedade às palestinas
Uma bandeira recorrente em todas as aulas da marcha, e também bastante levantada entre as lideranças sindicais, sociais e políticas que falaram no caminhão de som foi à solidariedade ao povo, e em especial, às mulheres palestinas, que vivem sob massacre do exército de Israel.