Colgate pode fazer ABCD relembrar manifestações

Impasse entre trabalhadores e empresa promete mobilizar químicos; manifestantes podem fechar Anchieta nesta segunda

Uma mobilização marcada para esta segunda-feira (26/07), na portaria da Colgate-Palmolive, pode agitar a Região, caso não haja acordo em relação ao pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) na empresa.

Se a mobilização na porta da fábrica ganhar volume, conforme a expectativa do diretor do Sindicato dos Químicos do ABC, Wanderlei Salatiel, a entidade planeja até mesmo parar a via Anchieta, o que não acontece desde fevereiro de 2009, quando a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC realizaram ato em frente a Volkswagen. Vale lembrar que na época a Região sentia os efeitos da crise financeira internacional.

O atual impasse na Colgate dura quase dois meses. A líder em vendas e produção no segmento de higiene não atendeu a proposta dos trabalhadores, que querem R$ 2.000 de PLR. A empresa oferece R$ 1.850. O Sindicato denuncia que a empresa coage os trabalhadores a aceitarem a proposta.

Mobilizações raras — Para David Dantas, economista da Metodista, as condições atuais são diferentes em relação à política salarial, por isso, os trabalhadores conseguem negociar outras questões. “Os sindicatos têm conhecimento de quanto foi o lucro ou a produtividade e negociam uma participação do valor na mesa com os empresários e com base nesses resultados”, afirma.

De acordo com o economista, atualmente, as grandes mobilizações, com greves, são mais raras justamente por causa do resultado individual de cada empresa. “Os sindicatos têm ideia dos lucros e ameaçam greve se há resistência da empresa. Mas, as partes buscam o acordo porque o empresário entendeu que o trabalhador é peça importante no conjunto do resultado. Isso significa que os dois lados têm a consciência de preservação”, diz.

Para o coordenador da CUT (Central Única dos Trabalhadores) ABCD, Cladeonor Neves da Silva, embora o cenário econômico hoje seja diferente do que a região vivia há 30 anos, a pressão ainda é válida porque as negociações ainda são difíceis. “Embora o diálogo quebre esse tipo de barreira ainda é um instrumento para conduzir a negociação”, explica
 
Com ABCD Maior