Com EUA fora de alcance, montadoras de VEs da China almejam conquistar resto do mundo
Tratamento protecionista de Washington não mudará as ambições de domínio mundial das fabricantes chinesas de VEs, segundo analistas, mas desencadeará ajustes
As montadoras chinesas se concentrarão em mercados internacionais fora dos EUA, agora que o governo Biden declarou que o país está fora dos limites dos veículos elétricos (VEs) feitos na China. As tarifas de 100% sobre os VEs chineses, anunciadas na terça-feira (14) em Washington, representam um golpe mais simbólico do que prático para as montadoras chinesas. Elas quase não têm operações nos EUA e já reconheceram que os obstáculos políticos para entrar no mercado são intransponíveis.
O tratamento protecionista de Washington não mudará as ambições de domínio mundial das fabricantes chinesas de VEs, segundo analistas, mas desencadeará ajustes. As empresas darão ênfase aos mercados emergentes e, onde for possível, à transferência da produção para o país onde os carros serão vendidos, com a ideia de atrair governos mais abertos aos VEs chineses.
Algumas empresas poderiam se dedicar a vender a tecnologia dos VEs, uma abordagem que talvez reduza a reação política contrária e ofereça uma via indireta para ganhar negócios nos EUA. As tarifas são um reflexo do temor nos EUA de que as fabricantes chinesas de VEs, muitas vezes beneficiadas por subsídios governamentais, tentem vender seus veículos a baixos preços nos EUA para ganhar participação de mercado.
Apesar dos ventos contrários geopolíticos, as fabricantes de automóveis chinesas ainda têm grande interesse em se expandir no exterior, aspirando a ser a próxima Tesla ou Toyota Motor. Após décadas correndo atrás de fabricantes de automóveis americanas, europeias, japonesas e sul-coreanas, elas encontraram em seus VEs um produto competitivo mundial.
Do Valor Econômico