Com fábricas paradas, carros seminovos viram ”investimento” na crise
Alguns modelos usados de maior procura estão com preço acima de unidades 0 km
Além de todas as mudanças comportamentais, sanitárias e de liberdade de circulação que a pandemia da Covid-19 está impondo a todos os brasileiros, o fechamento de algumas fábricas por conta do agravamento da crise sanitária, bem como a falta de componentes, está criando uma situação muito peculiar no mercado de automóveis.
Segundo levantamento publicado nesta semana pela KBB Brasil, não são raros os casos em que automóveis seminovos estão sendo comercializados por um preço acima do que os valores encontrados nas concessionárias para o mesmo modelo ainda 0 km. Isso ocorre, em grande parte, pelas longas filas de espera que alguns carros registram, como é o caso da Fiat Strada.
“Os efeitos da pandemia da Covid-19 na cadeia de produção de carros novos já forçaram a paralisação da fabricação de modelos importantes para o mercado e provoca descompasso praticamente generalizado na oferta de automóveis nas concessionárias. Neste contexto, a fila e o tempo de espera para alguns modelos novos podem fazer com que ofertas de alternativas seminovas, com baixa quilometragem, se valorizem, sobretudo num momento em que o mercado de usados como um todo também está aquecido, com forte demanda”, analisa a KBB Brasil em seu relatório.
De acordo com o monitoramento de preços da empresa, o caso que mais se destaca é exatamente o da picape compacta da Fiat, que estreou sua nova geração em 2020. De acordo com a KBB Brasil, a diferença de preço entre as unidades 0 km para exemplares seminovos da nova Strada pode chegar a 3,37% a favor dos carros com alguns meses de uso. Em termos práticos, enquanto uma Strada 0 km tem preço médio gravitando em R$ 79.060, alguns revendedores conseguem transacionar a picape por valores médios na faixa de R$ 81.725.
Do Autoo