Com linha envelhecida, Renault perde espaço no Brasil
Oferta reduzida de modelos aumenta a “Kwidependência” da marca
A Renault vive período difícil no mercado brasileiro. A marca francesa, que já chegou a brigar na parte superior do ranking de vendas internas, vem perdendo espaço nos últimos três anos, depois de alcançar, em 2019, participação recorde de 9% desde que começou a produzir em São José dos Pinhais, PR, há quase 25 anos. Encerrado o primeiro trimestre de 2023, a montadora contabiliza 26,3 mil automóveis, picapes e furgões vendidos.
Com penetração de 6%, é apenas a 7ª marca mais negociada, atrás da Jeep, que deteve 7,1% que não tem comerciais leves em seu portfólio. Em 2023, a Renault sequer repetiu o fraco desempenho dos primeiros três meses do ano passado e viu seus licenciamentos diminuírem 1%, enquanto, na média, o mercado avançou 16,6%. Não há segredo sobre o que tem levado a marca ao encolhimento.
Ao mesmo tempo, a linha de produtos envelheceu e está sendo reduzida, especialmente de meados de 2022 para cá, quando deixou de ser produzido o SUV Captur e a dupla Logan e Sandero também praticamente desapareceu das revendas. O carro mais novo em produção no Paraná é o Kwid, que já cumpre seu sexto ano de mercado e passou por bem-sucedido face-lift em 2022. Sozinho, com 13,8 mil unidades negociadas de janeiro a março, o compacto tem respondido por mais da metade do total dos licenciamentos da Renault em 2023.
A atual “Kwidependência” da Renault fica ainda mais evidente quando são consideradas as vendas apenas de automóveis — descontados, portanto, os números da picape Oroch, já também há sete anos no mercado, e do furgão Master. Neste caso, a participação do hatch sobe para 64% dos 21,7 mil emplacamentos. O começo de uma reviravolta nessa trajetória descendente da Renault no Brasil — tão aguardada por consumidores e até mais pela rede de concessionários — passará por modelos importados eletrificados e, inegavelmente, pelo segmento de SUVs ainda em 2023.
Do AutoIndústria