Com melhores empregos e salários, Brasil vai ampliar liderança internacional
A CUT participou na tarde de quarta-feira (24), em Brasília, da abertura da 2ª Conferência Mercosul de Emprego e Trabalho Decente e do lançamento da Conferência Nacional do Emprego e Trabalho Decente, que será realizada em 2012.
Ao lado do presidente Lula e demais autoridades, o presidente da Central, Artur Henrique, afirmou que a implantação da agenda do trabalho decente é prioridade na estratégia da CUT para o próximo ano. Artur representou, na atividade, todas as centrais.
“Grande parte dessa discussão envolve praticamente todos os temas que debatemos na plataforma da CUT para as eleições 2010. Por exemplo, a luta contra o trabalho escravo e o trabalho infantil, a redução da jornada de trabalho, o diálogo social que tenha a ver com o respeito à negociação coletiva, a ratificação das convenções da Organização Internacional do Trabalho – OIT e, principalmente, a geração de mais e melhores empregos – isto é, com qualificação maior e mais renda”, disse.
Para o presidente nacional da CUT, esta agenda exigirá a participação dos dirigentes e militantes da Central nas conferências estaduais que acontecerão ao longo de 2011.
Na questão do Mercosul, Artur destacou que a integração deve ser um instrumento que não tenha como função apenas aumentar e dinamizar o comércio, mas fundamentalmente promover a geração de empregos e principalmente de empregos de qualidade. “Por isso nos parece muito importante o fato de se ter unificado o debate sobre emprego e trabalho decente, propósitos dessa conferência”.
Artur lembrou ainda que o emprego é um fator econômico e social, portanto deve estar no topo da agenda política e econômica dos nossos países e do Mercosul. “Mas, ao mesmo tempo, não se pode admitir que tenhamos que nos contentar com a geração de empregos de baixa qualidade e baixa remuneração, sob o argumento que precisamos aumentar nossa competitividade. É certo que precisamos ser competitivos – mas isso deve ser sinônimo de melhor educação, oportunidades de qualificação, contratos regulados pela legislação e convenções coletivas que reflitam as potencialidades dos setores. Se não tivermos empregos de qualidade não seremos competitivos e nem alcançaremos a excelência que todos almejamos”, concluiu.
Crédito: Felix Pereira
Artur representa Centrais na abertura da Conferência
O secretário geral da CUT, Quintino Severo, destacou que a tarefa não é só do movimento sindical, mas de toda a sociedade. “Que a conferência sirva para impulsionar o debate em todo o país. A sociedade brasileira precisa incorporar a visão e a necessidade de que as condições de trabalho sejam dignas. É preciso se apropriar desse debate e não apenas cobrar resoluções. Precisamos exercitar no nosso dia a dia a defesa do trabalho decente, assim como o fazemos com a saúde ou a educação, por exemplo”.
Para o secretário de Políticas Sociais da Central, Expedito Solaney, a expectativa concreta é que os países emergentes da América Latina, que têm visão desenvolvimentista, olhem os anseios da classe trabalhadora, dos movimentos sociais e da luta pelos direitos humanos. “Não se trata de virar a página, mas lê-la para resolver os problemas e escrever o nosso futuro”.
“A agenda do trabalho decente tem a ver com a relação antagônica do capital versus trabalho, na medida em que o conceito do trabalho decente reivindica os princípios fundamentais das convenções da OIT (liberdade e autonomia sindical, respeito ao salário digno, jornada de trabalho, organização por local de trabalho, saúde e segurança no trabalho e, sobretudo, o fim da existência do trabalho infantil e escravo)”, enfatizou Solaney.
Ao final dos trabalhos, o presidente Lula afirmou que vai pedir à presidente eleita, Dilma Rousseff, que trabalhe para que centrais sindicais que representam os trabalhadores em âmbito internacional sejam convidadas para participar do G20.
Da CUT Nacional